A Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP) considerou hoje que todos os polícias envolvidos no policiamento dos jogos de futebol devem receber uma remuneração extra, nomeadamente os elementos do Corpo de Intervenção.
O pagamento de gratificados a todo o efetivo destacado para a segurança de um jogo de futebol vai ser proposto pela ASPP, na sexta-feira, durante uma reunião com o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo.
O presidente da ASPP, Paulo Rodrigues, disse à agência Lusa que atualmente apenas alguns agentes destacados para o policiamento dentro dos estádios recebem uma remuneração extra, ficando de fora os elementos do Corpo de Intervenção (CI) e das Equipas de Intervenção Rápida.
“Muitas vezes os polícias do CI fazem o policiamento dos jogos de futebol em dia de folga e não recebem qualquer remuneração extra”, afirmou, defendendo que o pagamento deve ser feito a todo o efetivo envolvido no policiamento dentro e nas imediações dos estádios.
Para o presidente do sindicato mais representativo da PSP, não faz qualquer sentido que apenas recebem uma remuneração extra alguns agentes e aqueles que estão dentro dos estádios.
“Grande parte do policiamento feito aos jogos de futebol não é pago”, disse, adiantando que esta questão deve ser tida em conta pelo ministro Miguel Macedo numa altura em que está a ser revista a lei do policiamento em recintos desportivos.
O Conselho de Ministros aprovou hoje um decreto-lei que torna obrigatório o policiamento dos espetáculos desportivos profissionais, continuando a caber aos clubes o pagamento do policiamento realizado dentro dos respetivos recintos.
Paulo Rodrigues considerou positiva a alteração, mas alertou para a necessidade de ser a Polícia a definir o dispositivo policial e não o clube de futebol.
Na reunião que a ASPP vai manter, na sexta-feira, com Miguel Macedo vai ser ainda abordada a questão da colocação de todos os polícias nas tabelas remuneratórias que entraram em vigor em 2010, uma vez que, segundo o sindicato, ainda não foram abrangidos pelo novo sistema 3.000 elementos da PSP.
Paulo Rodrigues afirmou ainda que vão exigir que o Ministério da Administração Interna (MAI) pague os retroativos desde 2010, tal como está previsto na lei.
“Caso o MAI não dê uma resposta positiva em relação aos retroativos, a ASPP vai avançar com uma ação em tribunal”, acrescentou.