O Benfica, líder isolado da Liga portuguesa de futebol, vai discutir com o 15.º colocado da Liga inglesa, o Newcastle, um lugar nas meias-finais da Liga Europa em futebol, estando, por isso, “obrigado” a assumir o favoritismo.
Depois de deixar pelo caminho Bayer Leverkusen e Bordéus, com quatro triunfos nos quatro jogos, o “onze” de Jorge Jesus, mesmo focado na recuperação do título nacional, parece ter tudo do seu lado para alcançar uma 13.ª meia-final europeia.
Moralizado pelos quatro pontos de avanço sobre o bicampeão FC Porto, os mais de 100 golos em provas oficiais e o recente 6-1 ao Rio Ave, o Benfica começa quinta-feira na Luz a tentar contrariar a história dos confrontos com ingleses.
Em 10 eliminatórias, o conjunto da Luz apenas ultrapassou duas (com o Tottenham, em 1961/62, e o Arsenal, em 1991/92), mas caiu quase sempre frente às grandes equipas do futebol inglês, sendo única exceção o Derby County (1972/73).
De resto, apenas Liverpool (quatro vezes, a última em 2009/2010), Manchester United (duas) e Chelsea (a época passada) afastaram o Benfica, que nos últimos anos ajudou a fazer cair os “red devils” da “Champions” duas vezes e, há três épocas, deu 5-0 em casa e 2-0 fora ao Everton, na fase de grupos da Liga Europa.
Os “encarnados” são, assim, favoritos a seguir em frente, mesmo tendo em conta o bom percurso europeu dos ingleses, que nos dois confrontos a eliminar não sofreram qualquer golo, face a Metalist (0-0 em casa e 1-0 fora) e Anzhi (0-0 fora e 1-0 em Inglaterra).
Antes, na fase de grupos, o Newcastle foi segundo do seu agrupamento, atrás do Bordéus e imediatamente à frente do Marítimo, conjunto que não conseguiu bater: 0-0 nos Barreiros e 1-1 em St. James Park.
Por seu lado, o Benfica esteve na fase de grupos da Liga dos Campeões, prova em que não conseguiu melhor do que o terceiro posto do seu grupo, atrás de FC Barcelona e Celtic.
Foi, aliás, na “Champions”, que o Benfica perdeu os únicos dois encontros oficiais em 2012/2013, primeiro na receção ao “todo poderoso” FC Barcelona (0-2) e depois no reduto sintético do Spartak de Moscovo (1-2, a 23 de outubro de 2011).
Após o desaire no Luzhniki, já soma 33 jogos consecutivos sem perder, sendo que, no campeonato, contabiliza 20 vitórias e quatro empates (66-15), números que contrastam com os nove triunfos, seis empates e 16 derrotas do Newcastle, situado apenas três pontos acima da “linha de água” na Premier League.
Se o Benfica se apresenta como favorito a passar às meias-finais, os outros três “duelos” dos “quartos” também parecem “inclinados”, para o lado do campeão europeu Chelsea, do Tottenham, de André Villas-Boas, e da Lázio.
Os “bleus”, certamente sem Hilário e Paulo Ferreira, vão medir forças com o Rubin Kazan, um “outsider” de peso, depois de ter deixado pelo caminho os dois últimos clubes espanhóis, o detentor Atlético de Madrid, de Tiago e Falcao, e o Levante.
Por seu lado, e guiada pela classe do galês Gareth Bale, que não para de marcar golos, o “onze” Villas-Boas, que na ronda anterior quase desperdiçou um 3-0 caseiro face ao Inter (salvou-se em San Siro no prolongamento, com um desaire por 4-1), mede forças com o Basileia, “carrasco” do Zenit.
Mais equilibrado poderá ser o confronto entre a Lázio, de Pereirinha, quinta em Itália, e o Fenerbahçe, de Raul Meireles, segundo na Turquia.
Os encontros da primeira mão jogam-se na quinta-feira, todos com início às 20:05, e os da segunda estão marcados para uma semana depois (11 de abril), no mesmo horário, com exceção para o Rubin Kazan-Chelsea, que se inicia às 17:00 de Lisboa.
Os emparelhamentos das meias-finais serão conhecidos a 12 de abril, dia do último sorteio da temporada europeia.