O Estoril-Praia reacendeu hoje a luta pelo título, ao empatar 1-1 no estádio da Luz, em jogo da 28.ª jornada da Liga de futebol, deixando o Benfica à mercê do FC Porto, que visita na próxima semana.
Vários fatores terão contribuído para a exibição apagada do Benfica, o primeiro do quais a ansiedade que os jogadores ''encarnados'' revelaram perante a necessidade e a pressa em marcarem o primeiro golo.
À medida que o tempo foi passando, a ansiedade acentuou-se e retirou progressivamente a capacidade de discernimento dos jogadores, que revelaram uma falta de frescura física, mas, sobretudo, mental, para superar as dificuldades colocadas pelo Estoril.
A verdade é que o Benfica deu hoje um verdadeiro ''estoiro'', depois do desgaste físico e mental que sofreu em três frentes, na Liga, na Liga Europa e na Taça de Portugal, depois de já ter dado vários sinais desse desgaste em alguns dos últimos jogos.
Jorge Jesus bem tentou gerir a condição física e mental dos jogadores, poupando algumas pedras mais influentes, que se traduziu em algumas exibições menos fulgurantes, como aconteceu na primeira mão da Liga Europa frente ao Fenerbhaçe, mas a ressaca desse apuramento, e dos recentes triunfos sobre o Sporting e o Marítimo, veio hoje ao de cima, de uma forma esmagadora, frente ao Estoril.
A ansiedade dos jogadores ''encarnados'' retirou-lhes inspiração e, sobretudo, discernimento, o que se tornou mais notório nos lances desenrolados no último terço do campo, quando se exigia a entrada do penúltimo e do último passe. Há muito que não se via os avançados do Benfica tão precipitados e a falharem tantos passes, mesmos os mais simples.
Lima fez seguramente o pior jogo ao serviço do Benfica, Salvio também, Gaitán ainda apareceu na fase inicial, mas depois ''afundou-se''. Mas toda a equipa esteve muito abaixo do seu rendimento, incluindo um central que costuma ser um pilar, Garay.
Outro fator determinante para o desfecho de hoje chamou-se Estoril, uma equipa altamente personalizada, que sabe gerir os tempos de jogo, que não tem medo de ter a bola, mesmo em zonas mais adiantados do campo e que soube explorar com serenidade e inteligência a ansiedade do adversário.
A equipa da linha do Estoril, excetuando os primeiros quinze minutos, de maior pressão do Benfica, soltou-se, assumiu o jogo, conseguiu ter bola, roubando-a ao adversário, que não teve frescura suficiente para pressionar na primeira fase de construção de jogo dos estorilistas.
Sem ser muito pressionados, estes justificaram plenamente a razão de ser do lugar que ocupam na tabela e da candidatura à Liga Europa, fazendo circular a bola com segurança e precisão, forçando os jogadores do Benfica a correr atrás dela, o que acentuou o seu desgaste.
Ao mesmo tempo, estiveram perfeitos do ponto de vista defensivo, quer em termos posicionais, quer nas compensações e dobragens, revelando um espírito de entreajuda e sacrifício dignos de realce.
Quando o Benfica desfrutou da primeira ocasião de golo, aos 32 minutos, por Cardozo, já o Estoril tinha criado duas situações de golo iminente, aos 25 e aos 29 minutos.
Ma segunda parte, Jefferson abriu o marcador aos 59 minutos, na marcação de um livre, o que deixou os jogadores ''encarnados'' sob maior pressão e maior predisposição para o erro. Aos 68 minutos, Maxi Pereira restabeleceu o empate, muito à custa do ''coração'' de uma equipa desorientada.
Esse desnorte levou à expulsão de Carlos Martins e, nos últimos minutos, o Estoril geriu com inteligência a posse de bola e desfrutou mesmo de duas boas oportunidades de fazer o segundo golo.
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