Daniel Striani, empresário de futebol belga, pediu, junto da Comissão Europeia (CE), a anulação das regras que impedem os clubes sem contas em dia de participar nas competições da UEFA, alegando que viola a legislação comunitária.
Striani e o seu advogado, Jean-Louis Dupont, que esteve na origem do acórdão Bosman, sustentam que o normativo da UEFA enquadra-se no articulado sobre ''acordos entre empresas'', contemplado no Tratado da União Europeia, criando limitações à livre negociação entre clubes e restringindo a livre circulação de capitais, trabalhadores e serviços.
Segundo o comunicado do empresário, que está acreditado junto das federações belga, francesa e inglesa, o regulamento da UEFA, relativo ao ''jogo limpo financeiro'', que estabelece que os clubes participantes na Liga dos Campeões e na Liga Europa ''não podem gastar mais do que as receitas que podem gerar'', poderia ter como consequência um aumento da hegemonia dos clubes mais poderosos financeiramente, uma diminuição do número de contratações nas ligas europeias e um impacto na baixa dos salários dos jogadores e dos ganhos dos seus representantes.
Striano alega que a exclusão das competições europeias é uma ''medida desproporcionada'', que não garante a estabilidade financeira dos clubes a longo prazo, solicitando nesse sentido à CE que declare a nulidade do artigo 57.
Segundo a agência espanhola EFE, fontes comunitárias confirmaram a recepção da denuncia, a qual será analisada para verificar quais os passos a dar.