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LE/final: Cinco finais e a bandeira do FC Porto a saudar Benfica

O antigo futebolista José Augusto esteve em cinco finais europeias pelo Benfica nos anos 60 e recorda uma chegada a Lisboa, com a Taça dos Campeões, em que uma bandeira do FC Porto era a maior no aeroporto.

LE/final: Cinco finais e a bandeira do FC Porto a saudar Benfica
Futebol 365

A equipa do Benfica, com José Augusto como extremo direito, chegou pela primeira vez à final da então Taça dos Campeões Europeus em 1961, frente a um FC Barcelona que tinha eliminado o “todo-poderoso” Real Madrid, pentacampeão em título.

José Augusto disse à Lusa que o FC Barcelona, com os húngaros Kocsis e Czibor, o brasileiro Evaristo e o espanhol Suarez, chegou à partida de Berna como favorito e até marcou primeiro, mas o Benfica, ainda sem Eusébio, conseguiu responder e venceu por 3-2.

''É natural que fosse atribuído o favoritismo ao Barcelona, mas foram surpreendidos. E, mesmo com o Barcelona a ganhar, nunca perdemos a concentração. Tivemos sorte na parte final. Uma bola bate no poste da baliza do Costa Pereira, percorre a linha, bate no outro poste e vem para as mãos do Costa Pereira'', lembra.

José Augusto refere que no estádio existiam dois relógios em cada topo e que nos últimos minutos perdeu a conta às vezes que olhou: ''Os últimos cinco minutos pareciam horas. Nem sei dizer quantas vezes olhei para o relógio''.

O Benfica, orientado pelo húngaro Bela Guttmann, venceu a sua primeira final e a chegada a Lisboa foi, nas palavras do antigo jogador, algo de inesquecível.

''Os clubes portugueses todos representados com bandeiras na nossa chegada e a maior bandeira no aeroporto era a do FC Porto, coisa que hoje é impossível. Demorámos quase três horas a chegar a Belém'', disse.

No ano seguinte, em 1962, o Benfica voltou à final da competição, desta vez frente ao Real Madrid, de Di Stéfano e Puskas, numa partida disputada em Amesterdão, em que a equipa ''encarnada'' perdia ao intervalo por 2-3, mas acabou por vencer por 5-3.

“A mensagem o técnico ao intervalo do jogo com o Real Madrid foi tudo menos técnica. Bela Guttmann falou de forma tão convincente que nós sabíamos que íamos ganhar o jogo. Só me lembro de ele dizer ao Neto: marca o Puskas (tinha marcado três golos na primeira parte)'', recorda.

José Augusto refere que a juventude do Benfica foi mais forte que a veterania do Real Madrid, com dois golos de Eusébio a selarem um triunfo que foi ''a confirmação do poder do Benfica''.

Em 63, já com Fernando Riera como treinador, o Benfica voltou à final, frente ao AC Milan, de Trapattoni e Cesare Madini, mas desta vez saiu derrotado por 2-1, na primeira vez em que marcou primeiro numa final.

''Na terceira final, depois de duas vitórias, houve um certo deslumbramento, que leva a conceder algumas facilidades, e acabámos por perder. Nesse jogo, houve também a contrariedade das lesões do Coluna e Santana, que nos impediram de levarmos por diante a vitória'', salienta.

Em 1965, o Benfica voltou a chegar uma final da Taça dos Campeões Europeus - depois de vencer o Real Madrid nos quartos de final -, que foi disputada em San Siro, frente ao Inter de Milão. O Benfica perdeu por 1-0, num lance infeliz do guarda-redes Costa Pereira.

''Nesse jogo com o Inter, o Costa Pereira teve a infelicidade de a bola lhe passar por entre as pernas, num golo que ditou a derrota'', lembra à Lusa José Augusto, referindo que o tento apontado pelo brasileiro Jair.

Foi no ano que 1968 que o Benfica chegou à quinta final da década de 60, frente ao Manchester United, de Bobby Charlton e George Best, com o Benfica a perder por 4-1, após prolongamento, depois de 1-1 no final do tempo regulamentar.

''No último minuto com o Manchester, a bola rematada pelo Eusébio bateu no peito do guarda-redes e foi para fora... podíamos ter vencido aí. Depois, no prolongamento, marcaram logo no primeiro minuto e a equipa não teve capacidade de reação. Acabaram por marcar o terceiro e o quarto '', recorda José Augusto, que foi considerado o melhor extremo direito da Europa.

José Augusto, que foi formado no Barreirense, referiu que o espírito de sacrifício, a amizade do grupo e a capacidade de concentração foram as chaves do sucesso de uma década de ouro.

''Havia uma unidade dentro da equipa e uma grande amizade no grupo. As cinco finais deram para perpetuar o nome do Benfica até hoje'', concluiu.

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