Mais de duas centenas de adeptos lotaram hoje a casa do Futebol Clube Porto de Lisboa e vibraram com a vitória por 2-0 diante do Paços de Ferreira, que garantiu a conquista do 27.º título do clube.
A cerca de duas horas do início da partida, a casa dos azuis e brancos estava cheia, havendo pessoas sentadas em todos os cantos disponíveis, algumas no chão em frente à televisão, outras na varanda. A situação obrigou a que várias dezenas de adeptos tivessem de ir ver o jogo para outro local.
Antes do início do jogo, entre uma imperial, uma bifana ou um prato de caracóis, faziam-se ouvir os cânticos de apoio ao clube do coração, que serviam para aliviar o ''stresse'' e o nervoso miudinho visível em muitos dos rostos e gestos, como roer as unhas ou colocar as mãos na cabeça.
Aos sete minutos gritou-se golo, mas foi falso alarme. A bola rematada por Lucho Gonzalez, a centro de Varela, bateu nas malhas laterais. Foi o ensaio para o que viria a acontecer cerca de 15 minutos depois: penálti a favor do FC Porto e expulsão do defesa central Ricardo, por falta sobre James Rodriguez.
Depois de ''El comandante'' ter convertido a grande penalidade, aconteceu - agora a valer - a primeira explosão de alegria com os adeptos, em uníssono, a gritarem: ''Porto, Porto, Porto''. Alguns, entre sorrisos e uma imperial na mão, comentavam: ''Penálti limpinho''.
Corria o minuto 43 quando se gritou novamente. Para festejar, não um golo do Porto, mas sim do Moreirense diante do Benfica, no Estádio da Luz. Ao intervalo os dragões batiam os pacenses por 1-0, e o Moreirense ganhava aos encarnados pelo mesmo resultado.
''Com as facilidades que nos deram [Benfica], vamos ser campeões'', dizia, com um sorriso, Manuel Alves, enquanto preparava mais umas bifanas.
Além da alegria de ver o seu clube quase campeão, a enchente de adeptos ajudou no negócio.''Até agora já vendi cerca de 100 a 150 bifanas'', rematou.
De cerveja na mão, Rui Machado, não tinha dúvidas de quem ia ser o próximo campeão nacional: ''Foi uma primeira parte muito renhida, mas com muita sorte chegamos ao golo. Vamos ganhar o campeonato''.
Quem não tinha tanta certeza era Carla Mota.
''Ainda faltam 45 minutos. É preciso ter calma, pois ainda não ganhámos nem perdemos nada. Se há algo que este campeonato nos ensinou, é não ter nada por garantido. O Benfica festejou na Madeira e não o deveria ter feito. Por isso, vamos ter calma'', disse a adepta, vestida a rigor.
A segunda parte começou, à semelhança da primeira, com mais um falso alarme. Os adeptos gritarem golo, mas o jogador do Paços de Ferreira ainda foi a tempo de tirar a bola em cima da linha.
Ao minuto 52, Jackson Martinez marca o segundo tento dos portistas. A euforia, os abraços, os gritos de ''nós somos campeões, nós somos campeões'', ou, ''Pinto da Costa olé'', demonstravam a fé azul e branca de que o título já não fugia.
Sentada numa das primeiras filas, uma senhora chorava abraçada a uma amiga.
A partir do segundo golo, os adeptos sentiram que o clube tinha acabado de conquistar o 27.º título da sua história e só aguardavam pelo fim da partida para extravasarem toda a alegria e emoção.
Após o apito final do árbitro, foi a explosão de felicidade no interior da casa do Futebol Clube do Porto de Lisboa, que se estendeu depois ao exterior.