Em jeito de balanço, o radialista João Paulo Ribeiro esteve à conversa com o Futebol 365 e aceitou comentar o final de época difícil dos encarnados. Na sua opinião, a desilusão deveu-se a alguma desconcentração. No entanto, o trabalho de Jorge Jesus nos últimos quatro anos não deverá ser desvalorizado com discursos de memória curta.
«Desconcentração e relaxamento são coisas que acontecem a qualquer um. Parece-me que o Benfica facilitou em demasia em alguns momentos cruciais. Mas não está em causa o valor do treinador ou dos jogadores. Agora, se há ambiente para Jorge Jesus continuar, já é outra história...», sugeriu, receando que a ditadura dos resultados possa ser demasiado pesada para Luís Filipe Vieira e Jorge Jesus, caso pretendam continuar de mãos dadas.
«Agora reina a tristeza e frustração. Mas a memória dos adeptos é muito curta e tudo depende dos resultados seguintes, ou seja no início da época. A trabalhar no futebol português, não há melhor treinador que o Jorge Jesus. No entanto, o ambiente não será o melhor e se as coisas correrem mal de início, vai tornar-se insuportável», previu o radialista da Rádio Renascença e narrador da Sport TV, que não considera a saída de algumas unidades-chave uma desculpa viável.
«Os clubes portugueses dependem financeiramente da venda de jogadores e torna-se inevitável que tal aconteça. Para mais quando são bons negócios como aconteceu com Axel Witsel e Javi Garcia. Não penso que tenha feito grande diferença», sustentou.
Quando confrontado com a possibilidade de Pinto da Costa desviar a rota de Jorge Jesus para o Estádio do Dragão, João Paulo Ribeiro não se quis alongar muito sobre o assunto, mas deixou algumas adendas. «Sim, se fosse presidente de um clube tentaria contratar Jorge Jesus. Só que não poderia pagar o mesmo que o Benfica. Tem valor para treinar qualquer um dos grandes clubes portugueses», garantiu.
Vítor Pereira é para sair, Leonardo Jardim precisa de espaço e apoio para ter sucesso
Sobre FC Porto e Sporting, João Paulo Ribeiro manteve a clareza de discurso. Vítor Pereira, apesar de competente, não deverá continuar no banco dos dragões; Leonardo Jardim precisa de muito apoio da estrutura leonina, caso contrário também figurará no cemitérios de treinadores, que passaram por Alvalade no passado recente.
«Vítor Pereira é um bom treinador e tem muito mérito no título conquistado pelo FC Porto, mas tenho a certeza que vai sair. Até para ele será bom sair, talvez para o estrangeiro, durante um tempo», aconselhou, deixando também algumas sugestões para o reino leonino.
«Nesta fase, qualquer treinador contratado pelo Sporting será uma aposta de risco. Há que dar estabilidade e tempo a Leonardo Jardim, senão acontece-lhe o mesmo que a Paulo Sérgio, Domingos Paciência, Carlos Carvalhal e Vercauteren», concluiu.