A leitura do acórdão do processo em que Vale e Azevedo é acusado de apropriação de verbas do Benfica, branqueamento de capitais, falsificação de documento e abuso de confiança, foi marcada hoje para 2 de julho.
A data foi comunicada após a sessão de hoje do julgamento, que foi preenchida com a audição de uma testemunha e as alegações finais, com o Ministério Público e o advogado do Benfica a pedirem a condenação, e a advogada de Vale e Azevedo a considerar que não foi ''produzida a prova suficiente para a acusação''.
Luísa Cruz, advogada de Vale e Azevedo, disse que uma decisão do coletivo de juízes da 3.ª Vara Criminal de Lisboa, presidido por José Manuel Barata, ''só pode ser a absolvição com a prova produzida''.
Nas alegações finais, a defensora do antigo presidente do Benfica, de novembro de 1997 a outubro de 2000, aludiu às dificuldades financeiras do clube naquela altura e referiu que Vale e Azevedo ''resolveu muitos problemas'', daí ''a existência de conta-corrente''.
José Marchueta, mandatário do Benfica, referiu que Vale e Azevedo ''violou direitos patrimoniais'' do clube, pelo que ''deverá ser condenado'', não só no âmbito penal como cível, uma vez que estão a correr trâmites de uma ação em que é pedida indemnização de cinco milhões de euros.
Vale e Azevedo também interpôs ação cível contra o Benfica, alegando que o clube lhe deve dinheiro, em alusão à conta-corrente.
Marchueta disse que ''houve um aproveitamento”, por parte de Vale e Azevedo, ''de contas penhoradas do Benfica, entre 24 de abril a 13 de junho de 1998'', por causa de factos relacionados com a direção anterior.
''À revelia de vários membros do clube, alguns que se demitiram, Vale e Azevedo passou a utilizar duas contas da sua sociedade de advogados, para fazer o trânsito da maior parte dos recebimentos e alguns pagamentos sem estar estribado em decisão da direção'', disse.
Em causa, neste processo, estão as transferências dos futebolistas britânicos Gary Charles e Scott Minto, do brasileiro Amaral e do marroquino Tahar El Khalej, com o Ministério Público a acusar Vale e Azevedo de peculato de mais de quatro milhões de euros.
Ausente desta sessão de julgamento, Vale e Azevedo está a cumprir pena de prisão no Estabelecimento Prisional da Carregueira, em Belas (Sintra).