Muito ainda poderá mudar nos plantéis dos três grandes portugueses, mas está tudo fechado no que toca a treinadores. Paulo Fonseca foi a aposta de Pinto da Costa para substituir Vítor Pereira. Jorge Jesus, apesar de uma época dececionante, manteve-se no comando do Benfica. Leonardo Jardim chegou ao Sporting para continuar a remodelação de Jesualdo Ferreira, que entretanto regressou ao Sp. Braga.
Comecemos pelos tricampeões nacionais. Paulo Fonseca chega ao Estádio do Dragão depois de uma época histórica no Paços de Ferreira. Aos 40 anos e sem qualquer título no currículo, o ex-técnico pacense poderá ser equiparado a André Villas-Boas e Vítor Pereira: jovem e com margem de evolução. Resta saber se convencerá os adeptos como o primeiro ou se optará por uma postura resultadista como o segundo.
A Liga Zon Sagres e os oitavos-de-final da Champions League serão os mínimos exigidos a Paulo Fonseca, que pegará num clube com apenas uma derrota no campeonato durante os últimos três anos. Terá a seu favor o facto de substituir um treinador que nunca foi unânime, mas a dificuldade de competir com Jorge Jesus e um Benfica em época de ‘vai ou racha’. Além disso, procurará construir uma equipa sem João Moutinho, James Rodriguez e, muito provavelmente, Fernando. No entanto, e apesar da sua inexperiência, contará com o ‘backup’ de uma das estruturas mais organizadas do futebol mundial.
Jorge Jesus começará a quarta temporada consecutiva no Benfica. Com apenas uma Liga Zon Sagres e três troféus da Taça da Liga no currículo, o experiente treinador caminhará sobre brasas. Um arranque em falso e o caldo poderá entornar-se de imediato. Seja como for, terá a vantagem de conhecer os quatro cantos à casa, privilégio que Paulo Fonseca e Leonardo Jardim não terão.
Neste momento, cabe a Jorge Jesus ganhar o que não foi ganho no passado. Mais uma época sem vencer a Liga Zon Sagres será catastrófico e, muito provavelmente, acabará com a linha do homem da Amadora no Estádio da Luz. Pede-se igualmente a passagem aos oitavos-de-final da Champions League, uma vez que FC Porto e Benfica serão cabeças-de-série. Por agora, nenhuma unidade fundamental abandonou o clube e têm chegado muitos reforços. Seja como for, urge-se a necessidade de filtrar e escolher um núcleo duro.
A tarefa de Leonardo Jardim será a mais complicada. Apesar de possuir boas demonstrações de competência no Sp. Braga e no Olympiacos, o treinador madeirense assumirá as rédeas de uma organização que estava moribunda antes da chegada de Bruno de Carvalho. Pede-se paciência, espírito de reconstrução e muito engenho. Com poucos recursos financeiros, Jardim será obrigado a moldar um plantel modesto, mas competitivo e com potencial de crescimento.
Ao contrário dos seus adversários, não terá que levar o campeonato para cumprir objetivos. Será bom se terminar num dos lugares de acesso à Europa, se conseguir valorizar alguns produtos da Academia e se der alguma estabilidade em termos de resultados a um clube que tem descido a pique desde o início do século XXI. Neste momento, o adversário do Sporting chama-se Sp. Braga. FC Porto e Benfica são equipas do mesmo campeonato, mas, ao mesmo tempo, de outro campeonato.
Por isso, será expectável que a época 2013-14 termine com FC Porto e Benfica na frente. Sp. Braga numa segunda linha e, quem sabe, seguido de muito perto pelo Sporting. Paços de Ferreira e Estoril-Praia deverão sentir muitas dificuldades para manter a cadência, enquanto conjuntos como Marítimo, Rio Ave e Nacional da Madeira poderão chegar mais acima. O Vitória de Guimarães, consoante o seu percurso na Liga Europa, terá maiores ou menores possibilidades de ser competitivo internamente. Qualquer outro nome, entrará sempre no campo das surpresas.
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