O Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) anunciou hoje o reforço do quadro de árbitros para a nova época, situação que manteve o árbitro Paulo Baptista na primeira categoria nacional.
A primeira categoria será composta por 23 elementos, aos quais se juntarão 10 estagiários, perfazendo um total de 33 árbitros, enquanto o número de árbitros auxiliares passará de 44 para 50, mais 20 estagiários.
O presidente do CA da FPF, Vitor Pereira, revelou que a alteração se deveu ao excesso de jogos realizados na última época (836), pelo que, em acordo com a Associação Portuguesa de Árbiros de Futebol (APAF), foi decidido o aumento do quadro.
''Foi a época com mais jogos nacionais e internacionais, o que levou a um excesso quer de lesões, quer de fadiga. O número de jogos durante a semana foi um fator que dificultou os desempenhos e isso levou-nos a pensar e a aprovar, em sintonia com a APAF, fazer um aumento do número de árbitros e de assistentes'', afirmou, numa conferência realizada na sede da FPF.
Vitor Pereira adiantou que estes 10 estagiários, que terão uma classificação autónoma dos demais, estarão disponíveis para dirigir jogos da II Liga, do campeonato nacional de seniores e do campeonato nacional de juniores A, mas também poderão exercer as funções de quarto árbitro em partidas da I Liga, sendo que, no final da temporada, os dois melhores serão promovidos à primeira categoria.
Desta forma, segundo o líder da arbitragem nacional, será possível ''colmatar o imenso número de jogos, permitindo, ao mesmo tempo, preparar jovens árbitros para que, a breve trecho, possam ser promovidos à categoria cimeira''.
A ampliação do quadro de árbitros permite que Paulo Baptista se mantenha no escalão principal, ele que havia sido despromovido, depois de ter finalizado a época na 24.ª e penúltima posição da classificação, mantendo-se apenas a despromoção de Renato Gonçalves, o último classificado.
De resto, o CA da FPF divulgou hoje a classificação dos árbitros já retificada, após os erros de inserção de dados informáticos, mas as alterações são apenas ligeiras: Pedro Proença ascendeu ao segundo lugar, Duarte Gomes passou para 14.º e Marco Ferreira subiu ao 19.º posto.
''Temos consciência de que esta fase final foi algo conturbada, mas o CA procedeu de forma correta e ajustada, do ponto de vista formal. O CA aprova as normas de classificação, faz as nomeações de árbitros e observadores e, a partir daí, é um trabalho administrativo. Em 836 jogos houve 27 incorreções e resultaram todas do ponto de vista de inserção de dados'', justificou.
Por outro lado, Vitor Pereira garantiu que a alteração do modelo normativo e classificativo está em fase de conclusão.
''Estamos disponíveis para ajustar a norma de classificação, no sentido de a tornar mais afinada à realidade dos quadros competitivos e para que seja mais justa. O resultado mostra que o burburinho que se fez não tinha razão de ser. Mas não nos custa ter uma visão alargada do processo e, considerando as expetativas de todos, não vemos mal nenhum em alterar a norma, independentemente dos jogos que um árbitro faça'', referiu.
De acordo com a prática seguida nos últimos anos, a nota final dos árbitros era obtida através da soma das notas dos observadores com a média dos dois testes físicos e escritos, a dividir pelo número de jogos realizados mais dois, por cada um dos testes.
Este ano, porém, a Secção de Classificações do Conselho de Arbitragem alterou o critério, passando a obter a nota final dividindo apenas pelo número de jogos realizados pelos árbitros, o que penaliza aqueles que apitam mais jogos, baixando-lhes a pontuação média final.