O Sporting pode vir a ser condenado pela justiça desportiva ao pagamento de uma multa pelos atos do antigo vice-presidente Paulo Pereira Cristóvão, cujo julgamento civil pode também vir a ter consequências para o clube.
O clube passou a ser considerado arguido após a apreciação do Conselho de Justiça (CJ) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) ao recurso apresentado pelo Marítimo, na sequência da decisão de arquivamento do processo disciplinar contra Paulo Pereira Cristóvão, decidido pelo Conselho de Disciplina.
Como explicou à agência Lusa o professor de Direito Desportivo José Manuel Meirim, o Sporting só poderá ser afetado pelo julgamento civil “se do processo-crime vierem a resultar factos novos que impliquem a responsabilidade do clube e que a justiça desportiva decida valorizar”.
O antigo vice-presidente do clube responde nas instâncias desportivas pelo ilícito de ofensa à honra da SAD do Marítimo, dos seus dirigentes e do árbitro auxiliar José Cardinal, bem como por falsas declarações e fraude.
O Sporting vê-se envolvido no processo ao abrigo da alínea 4 do artigo 61.º do regulamento disciplinar da FPF, segundo o qual “o clube é responsável pela atuação dos seus dirigentes, representantes, sócios, funcionários e colaboradores e pelas mensagens veiculadas pelos seus órgãos e espaços de comunicação social privativos”.
De acordo com o mesmo artigo, o clube, do qual Paulo Pereira Cristóvão foi vice-presidente entre março de 2011 e abril de 2012, pode vir a ser punido com uma multa entre 1.000 e 2.000 euros.
O Sporting pode, eventualmente, vir também a sofrer consequências do julgamento civil de Paulo Pereira Cristóvão decidido segunda-feira.
Paulo Pereira Cristóvão vai ser julgado por sete crimes de burla qualificada, branqueamento de capitais, peculato, devassa por meio informático, acesso e denúncia caluniosa agravada.
O caso Cardinal foi desencadeado com o envio de uma carta anónima a denunciar um alegado suborno ao árbitro assistente José Cardinal, nomeado para um jogo entre o Sporting e o Marítimo, em abril de 2012, carta essa que o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, faria chegar à PJ, depois da mesma lhe ter sido entregue pelo presidente dos “leões”, Godinho Lopes.