O representante dos futebolistas sub-15 Moreto Cassamá e Idrisa Sambú confirmou hoje que estes se transferiram do Sporting para o FC Porto, uma decisão com a qual discordou mas que foi ''da exclusiva responsabilidade dos pais''.
''Tudo indica que houve um assumir do compromisso com o FC Porto. Há situações a tratar de pontos de vista diferentes para os pais, mas quem manda são os pais. Evidentemente, em último caso eu não tenho alternativa senão seguir a decisão dos pais, caso queira continuar a representar os jovens'', disse à agência Lusa Catió Baldé.
O representante de Cassamá e Sambú, que jogavam no escalão de iniciados do Sporting, é o mesmo do jogador Bruma, que no Verão travou um diferendo com o clube leonino sobre a validade do seu contrato, acabando por se transferir para os turcos do Galatasaray
Cassamá e Sambu estiveram indiretamente envolvidos no ''caso Bruma'', uma vez que, na altura, cessaram atividade pelo Sporting enquanto estavam ''à espera'' do desfecho do conflito que opunha o seu ''representante desportivo'' ao Sporting.
Catió Baldé diz que os casos são diferentes, mas admite que o seu envolvimento no ''caso Bruma'' o coloca agora em dificuldades perante propostas de clubes aos pais dos jogadores.
''Houve uma discussão séria sobre o que seria melhor [para Cassamá e Sambú] e eu encontro-me numa posição difícil, porque as pessoas lembram-se do meu episódio, da questão do Bruma, e aí a família faz 'finca-pé'. Essa decisão de escolher o FC Porto é da exclusiva responsabilidade dos familiares'', disse.
O agente sublinhou que os jogadores se transferiram para o FC Porto por causa do projeto desportivo, e não apenas por questões salariais.
''Evidentemente, os pais (...) não têm culpa que apareçam clubes a apresentar-lhes propostas muito boas, tanto para eles [jogadores] como para a família. Aí já não se pode discutir que estão a pensar no dinheiro ou não. Aqui não se pesou só as questões financeiras, mas sim um projeto desportivo'', explicou Catió Baldé.
Confrontado com posições que assumiu no passado - em que declarou que o melhor para os jogadores seria permanecer na Academia do Sporting em Alcochete - Catió Baldé disse que mantém esse entendimento.
''Eu tenho essa posição, e até por causa disso eles recusaram liminarmente a possibilidade do estrangeiro e optando por ficar em Portugal, num clube português que também tem tradição, como é o caso do FC Porto'', afirmou.
Catió Baldé referiu ainda que o Sporting fez tudo o que podia para manter os jogadores, cujos nomes constavam ainda, hoje de manhã, no site que lista os plantéis da formação do clube.
''O Sporting tudo fez, tudo tentou até à última hora, tudo e mais alguma coisa, mas a decisão é da família, dos patronos [dos jogadores]. Nós podemos aconselhar e dar ideias, mas tudo bem, optou-se por um clube português'', disse o representante de Cassamá e Sambú.