Everton: A única equipa que ainda não perdeu na Premier League

O Everton não investiu muito nem pouco: investiu o suficiente. Face à saída de David Moyes para o Manchester United, os toffees 'resgataram' Roberto Martinez ao Wigan Athletic, isto depois do técnico espanhol ter conquistado a Taça de Inglaterra com os latics e ter apurado a equipa despromovida ao Championship para a Liga Europa em consequência desse feito.

A saída de Marouane Fellaini para o Man United em cima do fecho do mercado de transferências não alarmou Goodison Park, que se precatou com o experiente Gareth Barry, sem espaço num Man City sobre-lotado de estrelas com sede de mostrar serviço, ao qual se juntou a promessa James McCarthy, ex-Wigan. Tal como o defesa paraguaio Alcaraz, que já representou o Beira Mar. De Espanha chegaram Deulofeu (Barcelona B) e Joel (Atlético de Madrid). Arouna Koné também veio do Wigan Athletic, depois de uma época na Premier League, também com a camisola do Wigan Athletic.

Numa equipa que mistura a segurança dos jogadores mais experientes com a irreverência dos atletas mais jovens, a consistência defensiva é preponderante. Na dúvida, o Everton preferirá sempre empatar do que arriscar a vitória. E isso é uma faca de dois gumes: por vezes recompensador, por vezes frustrante porque até se poderia conseguir mais.

Tim Howard, 34 anos, é um guarda-redes experiente e encontrou o seu lugar ao sol no Everton, depois de uma experiência mal sucedida no Man Utd. O espanhol Joel é o futuro e Mason Springthorpe um jovem de 18 anos que está na equipa principal sobretudo para aprender.

Leighton Baines é o melhor defesa-esquerdo da Premier League e, arrisco, o melhor defesa-esquerdo inglês. Tomou a melhor decisão ao não cair na tentação de rumar ao Man Utd, pois poderia 'romper banco' para Evra num ano de Mundial-2014, apesar de Ashley Cole continuar em vantagem na luta pelo lado canhoto da defesa dos 'Three Lions'. Seamus Coleman confere segurança e ímpeto atacante ao lado direito da defesa do Everton. Sylvain Distin e Phil Jagielka ocupam o centro da defesa. Dois jogadores com provas dadas e com muita experiência de Premier League. Tony Hibbert é outra opção para o lado direito, mas deixou-se ultrapassar pelo jovem Coleman. Heitinga e Alcaraz conferem outras soluções para o eixo.

No meio-campo, Darron Gibson parece ter encontrado a utilização no Everton que lhe fugia no Man Utd, apesar de ainda não ter sido opção esta época (lesionado). Titulares têm sido os experientes Gareth Barry e Leon Osman, mais o jovem talentoso Ross Barkley, já chamado por Roy Hodgson à seleção de Inglaterra e considerado sobrevalorizado por Mourinho. James McCarthy e Deulofeu esperam a sua oportunidade para brilhar aos olhos de Roberto Martinez.

Nas alas, Steven Naismith tem dado alguns créditos, tendo sido o autor do golo solitário que derrotou o Chelsea de Mourinho, em Goodison Park. Pienaar promete regressar forte de lesão, enquanto o belga Kevin Mirallas procura encontrar o seu melhor momento de forma, que viveu ainda ao serviço do Olympiacos. Aqui, o costa-riquenho Bryan Oviedo também será uma opção a ter em conta nos momentos de maior aperto.

Na frente, Jelavic continua a ser a primeira aposta de Roberto Martinez, mas Arouna Koné e Lukaku (emprestado pelo Chelsea) prometem dificultar a tarefa do croata. Destaque ainda para o grego Vellios e para o rapidíssimo Magaye Gueye.

Em cinco jornadas disputadas, o Everton possui três empates e duas vitórias. Nenhuma outra equipa se mantém invicta na Premier League. Os toffees seguem com dois triunfos consecutivos, seis golos marcados e quatro sofridos, a três pontos da liderança partilhada entre Arsenal e Tottenham. No próximo fim-de-semana recebem o Newcastle United e prometem dificuldades à equipa de Alan Pardew. Sem competições europeias e com a competência de Roberto Martinez, o conjunto de Liverpool poderá ser um elemento incómodo perante equipas com maiores responsabilidades. E já o provou diante do Chelsea.