O Campeonato da Europa a 24 equipas tem revelado algumas surpresas. As equipas menos habituais nestas andanças têm feito boa figura, sobretudo a Islândia e o País de Gales. E isto é positivo para o futebol europeu? Sim, claro. Contudo, uma grande competição não pode viver só de surpresas.
Depois de ter avançado alguns dos vencedores da época que acabou, chegou a hora de apontar aqueles que, do ponto de vista comunicacional, saíram derrotados de uma temporada demasiadas vezes tensa.
As competições futebolísticas nacionais estão quase a acabar. Hoje, com a final da Taça de Portugal, chega ao seu término uma época marcada por recordes: de pontos e de crispações. Há, como não podia deixar de ser, vencedores e derrotados. Por ora importa destacar os primeiros, sobretudo os que se destacaram nos domínios da comunicação e da gestão de marcas.
Atualmente já ninguém se lembra da balbúrdia que era o Atlético de Madrid antes da chegada de Diego Simeone. Quando o treinador argentino chegou para substituir Gregorio Manzano, os 'colchoneros' eram sinónimo de confusão e de resultados modestos. Hoje são uma das mais fortes potências do futebol europeu.
Em boa verdade, se a Premier League for conquistada pelo Tottenham, o principal argumento deste texto mantêm-se intacto: o futebol precisa de um Leicester campeão. Qualquer Leicester. Com isto quero dizer que o futebol precisa de pequenos que derrubem os gigantes. O Leicester é somente uma encantadora metáfora com ares de sinédoque. Sem eles - os pequenos - o desporto-rei perde qualquer sentido de transcendência.
O título deste texto é inspirado no muito interessante Eating the Big Fish, de Adam Morgan. Porquê? Porque, na comunicação e marketing, os peixes grandes, quando lideram confortavelmente, garantem benefícios que vão muito além da sua posição. Por exemplo, há marcas líderes que chegam a capturar um segmento. Quantos de nós, no café, pedem um Compal quando querem um qualquer néctar, transformando uma marca na própria categoria de produto?
Há dois anos, também no mês de março, Paulo Fonseca deixava de ser o treinador do FC Porto. O técnico português abandonou o Dragão sem glória, apesar da conquista da Supertaça, e com a reputação arrasada. Quem ainda hoje não se recorda das gaffes geográficas provocadas pelo embate europeu frente ao Eintracht Frankfurt?
Na semana que acabou, dois treinadores de renome conheceram dois acontecimentos muito significativos para as suas reputações. Um começou uma nova aventura, outro a preparar a despedida ao atual clube.
No meio do turbilhão de más notícias que vai assolando o Manchester United, os últimos dias registaram o nascimento de uma estrela. Marcus Rashford é o seu nome. Tem somente 18 anos e bisou nos últimos dois jogos dos 'red devils'. Por sinal, o derradeiro par de partidas também marcou a estreia do jovem atleta pela equipa do Norte de Inglaterra.
Não, não são. A centralidade que esta opinião assume neste texto é tal que me leva a responder imediatamente à questão levantada no título. A necessidade de afirmar que os públicos não são todos iguais tem origem em Inglaterra, mais concretamente em Liverpool. Uma mensagem enviada por dez mil pessoas tem de significar algo. Para os donos dos 'reds' significou.
A derradeira semana de janeiro ficou marcada por uma anormalidade desportiva. Uma anormalidade que teve pouco impacto mediático, mas que deixou, ainda assim, muitos queixos caídos neste tempo que também é das redes. O protagonista da anormalidade foi Pedro Proença, o cenário foi feito na China e a vítima foi a II Liga portuguesa.
A saída de Julen Lopetegui do comando técnico do FC Porto não foi uma surpresa. O treinador basco não resistiu a uma breve crise de maus resultados porque nunca ganhou crédito suficiente para isso. O seu futebol foi quase sempre pobre, fugindo muitas vezes para o paupérrimo. Por isso a sua saída foi natural. O processo de substituição de Lopetegui é que foi anormal para um clube grande, sobretudo para uma organização desportiva com a ...
Benfica, FC Porto e Sporting conseguiram acordos extraordinários com as operadoras de televisão NOS e MEO. Tão bons que muitos não tardaram em falar de sobrevalorização. Tão bons que têm servido de arma de arremesso entre dirigentes e adeptos de cada uma das organizações. Por isso, já muito se disse sobre os negócios multimilionários dos grandes do futebol português. Mas há dois aspetos igualmente importantes que, ainda assim, têm merecido pouca atenção.
Há pouco mais de um mês (mais concretamente a 8 de novembro) escrevi que a marca de José Mourinho estava para durar, apesar de o treinador português não estar a ser bem-sucedido na gestão de uma crise também ela comunicacional. Mesmo com a saída do Chelsea, continuo a acreditar que Mourinho é um dos quatro treinadores com uma reputação mais forte e abrangente. Para constatar isto, basta atentar no buzz que a sua saída provocou. ...
Não é raro ouvirmos dizer que o Real Madrid é o maior clube de futebol do Mundo. Apesar de, muitas vezes, esta conclusão provir de gente ligada aos madrilenos, num claro esforço de gestão de marca, também é verdade que haverá poucas organizações tão relevantes para tanta gente como o Real Madrid. Nenhum passo dos merengues é dado sem ser altamente escrutinado. Tudo o que envolve a formação da capital espanhola tende a gerar um ...
Recentemente, a Liga Portuguesa de Futebol Profissional anunciou que o seu presidente, Pedro Proença, se deslocou a Madrid para dialogar com o máximo responsável da espanhola Liga de Fútbol Profesional. O texto intitulado «Primeiro passo para Liga Ibérica, um dos desígnios deste mandato» refere que… a Liga deu «o primeiro passo num projeto que constitui um dos seus desígnios para este quadriénio: a Liga Ibérica».
Quando Jurgen Klopp chegou a Liverpool, escrevi que o treinador alemão fazia parte de um restrito lote de quatro técnicos que têm uma marca muito forte. Mourinho era e é um deles. Goste-se ou não do estilo, aprecie-se ou não o modelo de jogo, critique-se ou não a evolução do seu pensamento futebolístico, ninguém fica indiferente ao treinador do Chelsea. E isto acontece ininterruptamente há mais de dez anos.
Esta semana, a Federação Portuguesa de Futebol anunciou uma nova mudança do terceiro escalão do futebol nacional. Em 2013, as II e III Divisões deram lugar ao Campeonato Nacional de Seniores. A 22 de outubro de 2015, este foi oficialmente substituído pelo Campeonato de Portugal Prio. O modelo desportivo é o mesmo. A marca foi transformada e merece algumas reflexões.