A selecionadora portuguesa de futebol feminino de sub-17, Susana Cova, assumiu a ambição de “surpreender” na fase final do Campeonato da Europa, advertindo que, para isso, há que evitar que a equipa das “quinas” seja surpreendida.
“Nós sentimos que esta equipa está preparada para a competição desde que terminou a Ronda de Elite. O que pretendemos agora é dar algumas variantes ao nosso processo de jogo, caso algo não corra da melhor forma, para termos alternativas e conseguirmos surpreender os adversários”, afirmou Susana Cova, antevendo os embates com a anfitriã Inglaterra e com as igualmente estreantes Áustria e Itália, do Grupo A do Euro2014.
Em declarações à agência Lusa, a selecionadora revelou a sua satisfação com a preparação da equipa lusa, naquela que é a sua principal preocupação, mais até do que as adversárias na fase final da competição continental, que vai ser disputada entre terça-feira e 08 de dezembro, em Inglaterra.
“É um grupo difícil. Os três adversários que vamos encontrar têm as suas particularidades e não são fáceis, mas nós também não pretendemos ser um adversário fácil”, rematou a responsável técnica pela equipa das “quinas”, ambicionando “não estar condicionada aos outros, mas condicionar os outros”.
Rejeitando qualquer pressão pela estreia lusa na competição, Susana Cova preferiu enaltecer a importância de cada uma “realizar o seu trabalho da forma mais competente possível”, como forma de estar “mais perto do sucesso individual e, assim, mais perto do sucesso coletivo”.
“Não é a competição que nos tem de acarretar mais responsabilidade, a maior responsabilidade tem de estar no processo de treino e se ele estiver incutido tudo é mais fácil, porque então saberemos as nossas funções e só teremos de as cumprir da melhor forma”, frisou Susana Cova, admitindo que, “por vezes, a responsabilidades acrescidas só servem para impedir a qualidade do desempenho das pessoas”.
No primeiro ano após a sua criação, a seleção portuguesa de sub-17 qualificou-se para a fase final do Europeu e vai estrear-se na competição frente à Áustria, na terça-feira, em Telford, jogado três dias depois com a Itália, em Hickley, antes de encerrar a “poule” com a anfitriã Inglaterra, a 02 de dezembro, em Burton.
“Podem temer tudo, nós vamos com tudo e vamos lá para dar o nosso melhor”, afirmou Cláudia Tecedeiro, que disse esperar estrear-se a marcar pela equipa lusa na competição, mas salientando que “o mais importante é o coletivo e ganhar”.
A avançada da Associação Académica de Évora apontou a “união” entre as jogadoras como o “ponto mais forte” da equipa das “quinas”, uma opinião corroborada pela médio Mariana Fong.
“Eu acho que o segredo é sermos todas muito unidas. Confiamos todas umas nas outras, seja dentro ou fora de campo. O convívio e a aprendizagem que fazemos juntas promovem muita amizade, isso reflete-se imenso dentro de campo e penso que talvez seja esse o segredo”, sublinhou Mariana Fong.
A médio do Viseu2001 reconhece que “o nervosismo vai chegar, é normal, porque não é todos os dias que se joga um Campeonato da Europa”, salientando que isso demonstra a consciência da responsabilidade de “representar Portugal”.
Mariana Fong prometeu “dar o melhor para chegar o mais longe possível”, tal como a defesa Inês Silva, que assumiu o gosto “de marcar golos”, admitindo mesmo a luta pela vitória na competição.
“Espero chegar o mais longe possível, cumprindo todos os objetivos que nos são pedidos. Penso que podemos chegar muito longe, com a nossa união, eventualmente à final”, afirmou a defesa da Fundação D. Laura dos Santos, de Moimenta da Serra.
Além do título continental e da sucessão à ausente Polónia, campeã em 2013, vai estar também em jogo a qualificação para o Campeonato do Mundo de 2014 da categoria, a disputar na Costa Rica, entre 15 de março e 05 de abril, competição para a qual avanças as três primeiras classificadas do Europeu.