A seleção alemã de futebol, campeã do mundo, passou a noite de sexta-feira para hoje no Stade de France, em Paris, em vez de regressar ao hotel em que estava alojada, na sequência dos atentados perpetrados na capital francesa.
“Quisemos evitar qualquer risco e decidimos não atravessar Paris, permanecendo nos balneários”, explicou o diretor da ‘mannschaft’ e antigo avançado Oliver Bierhoff, no regresso da seleção germânica ao aeroporto de Frankfurt, durante a manhã de hoje.
Alemanha e França defrontavam-se num jogo particular no Stade de France, ‘palco’ escolhido para a final do Euro2016, quando várias explosões foram ouvidas no recinto, enquanto vários ataques coordenados ocorriam no centro parisiense.
A seleção alemã apenas teve conhecimento da dimensão dos atentados “nos balneários”, após o final do encontro vencido pelos gauleses, com golos de Giroud, aos 45+1 minutos, e Gignac, aos 86.
Bierhoff explicou ainda que os jogadores alemães estavam “chocados” e “muito ansiosos”, porque “as informações não eram muito esclarecedoras”, gozando hoje um dia de descanso, sem que esteja confirmada a realização do jogo particular frente à Holanda, na terça-feira.
“Ainda não há uma decisão tomada, mas eu acho que devemos jogar. Não devemos dar a vitória aos que nos atacaram”, referiu o presidente interino da federação alemã, Reinhard Rauball, em declarações à agência noticiosa DPA.
Pelo menos 127 pessoas morreram e 180 ficaram feridas, 80 dos quais em estado crítico, em diversos atentados em Paris, na sexta-feira à noite, segundo fontes policiais francesas.
Oito terroristas, sete deles suicidas, que usaram cintos com explosivos para levar a cabo os atentados, morreram, segundo as mesmas fontes.
Os ataques ocorreram em pelo menos seis locais diferentes da cidade, entre eles uma sala de espetáculos e o estádio nacional, onde decorria um jogo de futebol entre as seleções de França e da Alemanha.
A França decretou o estado de emergência e restabeleceu o controlo de fronteiras na sequência daquilo que o Presidente François Hollande classificou como “ataques terroristas sem precedentes no país”.