Brasil-Portugal: «Pelé há um em cem mil anos», Scolari

''Pele não há um em mil anos... há um em 100 mil anos. Se nunca mais haverá um igual? acho que não. Só houve um e só vai haver um'', frisou Scolari, quando questionado, por um jornalista brasileiro, da possibilidade de Ronaldo chegar ao patamar do ''rei''.

Ainda assim, o técnico ''canarinho'' não deixou de elogiar a grande ''estrela'' do futebol luso: ''Está muito bem no Manchester e tem evoluído a todos os níveis. Ainda vai crescer e penso que no final do ano será um dos cinco melhores do Mundo e poderá ser o escolhido''.

Luiz Felipe Scolari falou de Cristiano Ronaldo, mas deixou claro que ''um jogador não joga sozinho'', frase que também aplicou para desvalorizar a ausência do brasileiro Ronaldinho Gaúcho, excluído da lista de Carlos Dunga devido a lesão.

Quanto ao reencontro com o Brasil, e após alguma insistência, ''Felipão'' reconheceu que se trata de um jogo especial para si, na medida em que ainda se encontram na equipa muitas pessoas que consigo conviveram na ''odisseia'' que terminou com o título mundial, em 2002.

''É diferente nesse sentido, mas, para os meus atletas, tenho de passar a mensagem de que se trata apenas de mais um amigável, no qual pretendo montar a equipa para os jogos importantes de Março, de qualificação para o Europeu de 2008'', explicou.

E, para preparar Bélgica e Sérvia, nada melhor do que um oponente como o Brasil: ''é uma selecção pentacampeã, líder do ranking mundial e, como tal, super qualificada. Frente a um adversário assim, ficamos expostos a mostrar deficiências, o que é importante para corrigirmos coisas para o futuro''.

''Não nos interessa nada sermos brilhantes com Brasil e não conseguirmos, depois, os resultados que queremos frente à Bélgica e à Sérvia'', frisou o técnico brasileiro, deixando também claro que este jogo não tem a ''carga'' do realizado a 29 de Março de 2003 (2-1).

Scolari explicou o porquê: ''Na altura, era o meu segundo jogo por Portugal, tinha perdido o primeiro (0-1 em Itália) e a selecção já vinha desacreditada do Mundial2002. Ia sofrer mais dificuldades se as coisas não corressem bem, mas, felizmente, passámos esse jogo, que marcou a estreia do Deco (marcou o golo da vitória)''.

O técnico brasileiro falou ainda do futuro: ''agora, só penso em cumprir o meu contrato com Portugal, que termina em 2008. Depois, estudo qualquer proposta, sendo que, antes de regressar ao Brasil, pretendo ficar na Europa mais quatro ou cinco anos''.

Sobre o ''Sun'', tablóide inglês que hoje publicou declarações supostamente da autoria do seleccionador luso, a ''empurrar'' Cristiano Ronaldo para o FC Barcelona, Scolari nem sequer se deu ao trabalho de comentar: ''não tenho nada a esclarecer... escrevam o que quiserem''.

LUSA