O seleccionador Luiz Felipe Scolari pediu hoje menos hipocrisia nos comentários às naturalizações, após confirmar a estreia do central luso-brasileiro Pepe nas convocatórias da selecção portuguesa de futebol para os jogos com a Polónia e Sérvia.
“Todos ficámos muito felizes com o Nelson Évora”, afirmou Scolari, referindo-se ao atleta português, de origem cabo-verdiana e nascido na Costa do Marfim, que segunda-feira conquistou a medalha de ouro do triplo salto nos Mundiais de Osaca, Japão.
Scolari comparou o futebol com as outras modalidades e questionou: “Se o atletismo pode (ter naturalizados), o râguebi pode, o basquetebol pode, então porque é que o futebol não pode? Vamos deixar de ser hipócritas”.
O argumentos de Luiz Felipe Scolari não ficaram por aqui, com o técnico a lembrar a forma como a comunidade portuguesa tem sido recebida no Brasil, seu país de origem, e aquilo que acontece com as grandes selecções mundiais de futebol.
“A Itália joga com 12 jogadores naturalizados no futsal, a Alemanha jogou com três no Mundial. A Espanha tem dois”, afirmou Scolari, antes de sublinhar: “No futuro teremos mais atletas naturalizados à medida que mais ucranianos e pessoas do Leste europeu receberem passaportes europeus e portugueses”.
O técnico também mencionou o exemplo de Deco, um valor que actualmente é inquestionável na selecção portuguesa, e sublinhou que o central contratado pelo Real Madrid ao FC Porto será “útil” à selecção, até por introduz “variantes no sistema”.
Interrogado sobre as características de Pepe, Scolari admitiu que ainda o não conhece como homem, mas que se trata de um “bom jogador, veloz e com poder de impulsão, forte no jogo aéreo”.
LUSA