O “capitão” Nuno Gomes afirmou hoje que a selecção portuguesa de futebol tentou um bom resultado frente à Grécia, em Dusseldorf, mas reconheceu que foi “impossível” evitar mais um desaire, na preparação para o Euro2008.
“Na segunda parte, entrámos com a intenção de reagir e dar a volta ao resultado. Depois de sofrermos o segundo, ainda conseguimos reduzir, mas foi impossível conseguir mais. A Grécia é uma selecção muito calculista e fria, que sabe defender muito bem”, afirmou.
Em relação ao seu 28º tento na selecção “AA”, o jogador do Benfica deixou claro que não se tratou de uma resposta a ninguém: “o meu golo não foi a resposta a nenhuma crítica, mas apenas fruto do meu trabalho. É isso que faço sempre, tanto na selecção como no Benfica”.
Nuno Gomes foi o ponta-de-lança da formação das “quinas”, enquanto Carlos Martins actuou como “10”, na ausência de Deco, sendo titular pela primeira vez e cumprindo a sua terceira internacionalização “AA”, mais de um ano e quatro meses depois.
“Não gostámos do resultado, mas estamos contentes com a exibição. Não vejo que ter jogado os 90 minutos possa significar uma convocatória para o Euro. Foi apenas uma opção do seleccionador, mas espero ser convocado e, se não for, ficarei a torcer por fora”, disse o médio dos espanhóis do Recreativo de Huelva.
Por seu lado, o lateral Paulo Ferreira mostrou-se conformado com a eficácia grega: “Faltou-nos marcar mais golos, mas fizemos um bom jogo. O resultado decidiu-se com dois grandes golos do Karagounis. Fizemos coisas boas, mas temos de corrigir alguns aspectos”.
O “leão” João Moutinho começou no banco, mas entrou logo aos 17 minutos, devido à lesão sofrida por Simão: “tentei fazer o máximo. Queríamos a vitória, mas não foi possível. Não estamos preocupados com as duas derrotas na preparação (1-3 com a Itália, em Fevereiro), porque o importante é preparar bem a equipa”.
“Estou confiante numa convocatória para o Europeu, mas está tudo em aberto e tenho de continuar a trabalhar bem no meu clube”, finalizou Moutinho, que entrou para o lugar do jogador do Atlético de Madrid, vítima de uma “dor na região posterior da coxa esquerda, a avaliar em 48 horas”, de acordo com o médico Henrique Jones.
A figura do encontro foi um ex-jogador do Benfica, mas que actua na selecção grega: “rematei nas duas vezes com intenção clara de marcar. São lances que treinamos muito e eu, pessoalmente, também o faço no Panathinaikos”, explicou Giorgios Karagounis, que “bisou”.
O médio helénico desvalorizou, no entanto, o resultado: “demos o máximo, tal como Portugal. Queríamos a vitória e, certamente, Portugal também, mas nada disto tem a ver com os jogos do Euro2004. Este foi diferente, sem pontos ou títulos e serviu sobretudo para os treinadores experimentarem novas opções”.