Cristiano Ronaldo entrou hoje no Hotel Montebelo, de Viseu, sem que as centenas de fãs que o esperaram durante várias horas conseguissem ver o internacional português de futebol ao vivo, como desejavam.
O jogador do Manchester United chegou perto da hora marcada (19:00), mas depois de trocar de carro à entrada de Viseu, seguindo numa viatura de vidros fumados com o comissário responsável pela segurança da selecção.
Os primeiros gritos dos adeptos, que de nada se aperceberam, acabaram, por isso, por ser para o autocarro da selecção, que pouco depois regressou ao hotel do treino no Estádio do Fontelo.
Perante um grande aparato policial, com várias viaturas do corpo de intervenção no local, as centenas de pessoas viram depois chegar outro elemento do quarteto de finalistas da Liga dos Campeões chamado para o Euro, Nani, a quem acenaram com os cachecóis e bandeiras verdes e vermelhas.
''Já sabia que isto ia acontecer e que não nos iam deixar ver o Cristiano Ronaldo'', disse à Agência Lusa Pedro Monteiro, de Guimarães, que se deslocou a Viseu para assistir ao treino da tarde e logo de seguida rumou ao hotel.
Mais desiludida estava a jovem Teresa Sequeira, que admitiu que ''queria era ver o Cristiano Ronaldo''.
''Vi passar o autocarro, mas fiquei um pouco triste, porque os jogadores nem acenaram, só o Scolari'', acrescentou a jovem, desiludida pelo facto de não ter podido ver o seu ídolo.
A decisão de tentar ''esconder'' Cristiano Ronaldo terá partido da estrutura da selecção e nenhum responsável federativo deu qualquer explicação às pessoas que aguardavam o jogador português no local durante várias horas.
A cena repetiu-se com a chegada de Ricardo Carvalho, que entrou ''incógnito'' no Hotel na carrinha da polícia.
Muitas das pessoas começaram a concentrar-se junto ao hotel logo a seguir ao almoço, como foi o caso de Anabela Pereira e Ilda Brás, de Nelas, que de manhã já se tinham deslocado ao hospital de Viseu, onde Scolari e alguns jogadores estiveram numa visita ao serviço de pediatria.
''Levei um beijo do Petit, do João Moutinho e do Meireles. E soube bem. Foi um dia em cheio'', garantiu Anabela Pereira.
Menos sorte tiveram as fãs que se deslocaram apenas ao hotel. As apertadas medidas de segurança levaram a protestos por parte dos presentes, que garantiam aos elementos do corpo de intervenção apenas quererem mostrar o seu carinho à selecção.
''Para quê tanta polícia aqui? Nós não somos criminosos, queremos é apoiar a selecção. Isto é um aparato doido, até parece que fugiu alguém do tribunal'', dizia uma mulher, visivelmente irritada.
''Estamos aqui há mais de duas horas e assim não vamos ver nada'', ripostou outra mulher, quando um dos agentes a obrigou a colocar-se atrás do gradeamento.
Mais tarde chegará Paulo Ferreira, que foi autorizado a apresentar-se depois devido ao nascimento do seu segundo filho.