Europeu 2008: Portugal «descansa» frente à Suíça, a pensar... na Alemanha

Com o apuramento garantido em apenas dois jogos, após triunfos com Turquia (2-0, sábado) e República Checa (3-1, quarta-feira), ambos em Genebra, Portugal deverá apresentar uma “segunda” equipa em Basileia, que pode mesmo não incluir qualquer titular.

Depois de ter repetido o “onze” nos dois primeiros jogos, o seleccionador luso, Luiz Felipe Scolari, de partida para o Chelsea, tem a possibilidade de mudar tudo e poupar as suas 11 principais armas para um mais do que provável embate com os germânicos nos “quartos”.

Enquanto Portugal confirmou o favoritismo e já assegurou o primeiro lugar do Grupo A, a Alemanha falhou face à Croácia (1-2, quinta-feira), já vencedora do B, e deverá ser segunda, necessitando para tal de não perder segunda-feira com a anfitriã Áustria.

Como a Alemanha não tem o apuramento garantido, vai ter de utilizar a melhor equipa três dias antes do jogo dos “quartos”, pelo que Portugal poderá apresentar nessa fase os seus titulares com mais cinco dias de descanso e menos um jogo nas pernas - o cenário será idêntico se for a Áustria ou a Polónia a seguir em frente.

Desta forma, a mudança deverá ser radical, o que, em princípio, e face aos “suplentes” presentes, fará alterar igualmente o esquema táctico, do 4-3-3 de sempre por um 4-4-2.

Portugal poderá apresentar Miguel, Fernando Meira, Bruno Alves e Jorge Ribeiro, à frente de Rui Patrício (Nuno também é hipótese e, mesmo se não for titular, deve jogar), dois médios defensivos (Miguel Veloso e Raul Meireles), dois extremos (Ricardo Quaresma e Nani) e dois pontas-de-lança (Hugo Almeida e Hélder Postiga).

Esta aposta poupará os titulares, evitando riscos desnecessários, e permitirá também a Scolari ver o funcionamento de um novo esquema táctico e quais os jogadores que poderão vir a ser primeiras opções para os jogos que se seguem... o “mata mata”.

Mesmo que as coisas corram mal, Portugal nada tem a perder, e este cenário nem sequer é provável: mesmo sem grande entrosamento, o que impede a apresentação de um conjunto tão forte, existem as grandes individualidades, jogadores apostados em mostrar serviço.

A juntar a estes factores, há ainda a grande debilidade do adversário, um conjunto helvético incapaz de, perante o seu público, evitar a eliminação após dois jogos, saldados em outras tantas derrotas, face a checos (0-1) e turcos (1-2).

Com o moral muito em baixo, já que uma eventual vitória de nada servirá, a Suíça constituiu o adversário ideal para um “treino”, mesmo que seja natural a vontade dos seus jogadores em saírem por cima, dando uma satisfação, mesmo que mínima, aos seus adeptos.

Certo é que, e tendo em conta a diferença de valores, Portugal será favorito mesmo com a segunda equipa, até porque, historicamente, a formação das “quinas” dá-se bem com estes jogos a “feijões” (3-0 à Alemanha, no Euro2000, e 2-1 ao México, no Mundial2006).

No historial dos jogos entre as duas selecções, e em vésperas de um 20º duelo, Portugal está em desvantagem global, com seis vitórias, cinco empates e oito derrotas (25-28 em golos).

Apesar disso, a formação das “quinas” está invicta nos últimos seis jogos (três vitórias e três empates) - já não perde desde 24 de Março de 1982 (1-2 em Lugano) -, e ganha nos jogos oficiais, com três triunfos, quatro “nulos” e dois desaires (10-9 em golos).

O encontro entre Portugal e a Suíça, da terceira e última jornada do Grupo A do Euro2008, está marcado para domingo, no Estádio St. Jakobs, em Basileia, a partir das 20:45 locais (19:45 em Lisboa), com arbitragem do austríaco Konrad Plautz.