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Europeu 2008: Scolari diz adeus a Portugal sem o tão desejado título

O treinador brasileiro Luiz Felipe Scolari falhou hoje, nos quartos-de-final do Euro2008, a última oportunidade para dar um título à selecção portuguesa de futebol, que abandona a 30 de Junho, rumo ao Chelsea, concretizando a saída à terceira “ameaça”.

A derrota por 3-2 com a Alemanha deitou por terra a possibilidade de Scolari poder oferecer à equipa das ''quinas'' o título que sempre lhe escapou numa grande competição, depois da tangente no Europeu ''caseiro'' de 2004, na final perdida para a Grécia, e do quarto lugar no Mundial de 2006, na sequência da derrota com a anfritã... Alemanha.

Depois de ter estado perto de rumar ao Benfica, durante o Euro2004, e ter sido assediado pela selecção inglesa, no Mundial2006, quando renovou até 2008 e poderia ter assinado até 2010, Scolari não resistiu a uma terceira investida, esta do russo Roman Abramovich.

Com enorme surpresa, o anúncio chegou a 11 de Junho, pouco depois do triunfo de Portugal sobre a República Checa (3-1) e antes de ter ficado selado o prematuro apuramento luso para os quartos-de-final, com a ajuda da Turquia, que derrotou a Suíça (2-1).

Portugal ainda perdeu a anfitriã e já eliminada Suíça (2-0), na última jornada do grupo A, e, de novo, hoje, o que impediu o técnico “canarinho” de oferecer um grande título internacional a Portugal, mas Scolari já tem o seu nome inscrito a ouro na história da selecção portuguesa de futebol.

Seleccionador luso com mais jogos (74) e vitórias (42), Luiz Felipe Scolari foi o primeiro técnico a colocar Portugal numa final, no Euro2004, e logrou ainda conduzir a equipa das “quinas” às meias-finais do Mundial2006, repetindo o feito dos “magriços”, em 1966.

Muito mais dos que os números, que incluem também os apuramentos para o Mundial2006 e o Euro2008 e um total de 42 vitórias, 18 empates e 14 derrotas (144-62 em golos), o brasileiro entrou também por muitos outros motivos para a história lusa.

Scolari foi o grande responsável por o país ter voltado a apoiar com enorme paixão a sua selecção, com expoente máximo no Euro2004, com milhões de bandeiras nas janelas, de Norte a Sul, e pela erradicação da “clubite” que muitas vezes minou a selecção lusa.

O trajecto de quase seis anos e meio também teve momentos difíceis, como a perda da final do Euro2004 em plena Luz (0-1 com a Grécia), ou a agressão a Dragutinovic, após o encontro de qualificação para o Euro2008, com a Sérvia (1-1), em Alvalade, que levou o presidente da FPF, Gilberto Madaíl, a equacionar despedir o brasileiro.

Por outro lado, as nunca explicadas ausências de Vítor Baía a Maniche, passando por João Vieira Pinto, sempre “escudadas” no “não falo dos não convocados”, criaram “ondas” de contestação que poderiam ter sido evitadas, mas não o foram, quiçá, estrategicamente.

Durante os primeiros tempos de permanência em Portugal, Scolari, talvez de “pé atrás”, fez mesmo questão de ter sempre um “conflito” presente, algo que, depois, mais entrosado com um país de que aprendeu a gostar, deixou cair.

Com sorriso fácil e discurso popular, o técnico “canarinho” teve, no entanto, sempre os adeptos portugueses do seu lado e, mais importante ainda, os jogadores, que nunca lhe pouparam elogios e foram sempre favoráveis à sua continuidade.

A selecção lusa foi durante este período muitas vezes a “família Scolari”, um grupo unido, sem cisões, dentro e fora do campo, e sempre pronto a colocar o colectivo em primeiro lugar, algo que se vê sobretudo nas fases finais, quando tem tempo para trabalhar.

Nas qualificações, com poucos dias para preparar os jogos, Luiz Felipe Scolari teve sempre mais dificuldades em criar um colectivo forte e unido, algo que sempre assumiu, daí talvez a vontade de, sete anos depois, voltar para um clube.

Após deixar o Cruzeiro, em 2001, Scolari foi seleccionador do Brasil e depois de Portugal, sendo que, ao assinar pelo Chelsea, vai orientar pela quarta vez um clube fora do Brasil, depois do Al-Shabal (Arábia Saudita), do Al-Qadsia (Kuwait) e do Jubilo Iwata (Japão).

Da selecção lusa para o Chelsea, sem o ambicionado título de campeão da Europa e a caminho dos 60 anos, que cumpre a 09 de Novembro, o treinador brasileiro vai fazer o melhor contrato da sua carreira.

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