O seleccionador português de futebol, Carlos Queiroz, levantou hoje um pouco o véu sobre o projecto para a equipa das ''quinas'' e revelou que vai ''guardar o que está bem e acrescentar detalhes para melhorar''.
Carlos Queiroz, que falava na conferência de imprensa na véspera do jogo com as Ilhas Faroé, em Aveiro, o seu primeiro jogo desta sua segunda experiência como seleccionador, explicou ainda os seus critérios de selecção face aos jogadores escolhidos e preteridos.
''Mérito, atitude, forma, qualidade técnica e potencial'', foram os critérios que presidiram à escolha de Carlos Queiroz, que adiantou não ter ''compromisso ou cumplicidade com nenhum clube ou ninguém''.
Carlos Queiroz deixou ainda a ideia de que ''a selecção não é uma casa nem um espectáculo com lugares marcados'' e que a escolha não pode ser feita ''com base nos jogadores que chegam primeiro ou que batem à porta''.
Questionado sobre se na era do brasileiro Luiz Felipe Scolari a selecção tinha lugares cativos, Carlos Queiroz escusou-se a aprofundar e referiu apenas que não falava do passado, mas apenas do presente e futuro.
O seleccionador justificou desta forma as ausências, entre outros, do guarda-redes Ricardo e do extremo Quaresma, mas deixou no ar a certeza de que a porta da selecção estará sempre aberta a todos os jogadores que preencham os seus requisitos.
Queiroz reconheceu que tem pouco tempo para preparar a selecção para os próximos compromissos tendo em vista o apuramento para o Campeonato do Mundo de 2010, na África do Sul, que começa já com dois jogos em Setembro.
Desde o final do Euro2008 até aos dois primeiros jogos, com Malta e Dinamarca, em Setembro, a selecção vai realizar apenas três treinos, pelo que Queiroz não promete passes de magia nem revoluções no sistema.
O seleccionador encara o jogo de preparação com as Ilhas Faroé com os olhos já na etapa seguinte (Malta e Dinamarca), e admitiu que o encontro da sua estreia em Aveiro irá servir para testar já alguns jogadores.
Queiroz pretende fazer ''um bom jogo, com entusiasmo'' e destacou a possibilidade de poder sentir os jogadores de perto, tendo em vista a proximidade da disputa dos primeiros seis pontos na qualificação para o Mundial.
''A selecção tem tido um comportamento e resultados que orgulham todos os portugueses, nos quais me incluo'', adiantou Queiroz, que não esconde a satisfação por, passados 13 anos, voltar a fazer-se entender em português.
O seleccionador, mais do que prometer mudar algo, assegurou que irá procurar implantar pedra por pedra o que de bom se tem feito e acrescentar detalhes para poder ir ainda mais à frente e se possível melhorar.
''Temos dos melhores jogadores, mas vamos também jogar contra os melhores jogadores dos outros países'', referiu Carlos Queiroz, apelando à necessidade de ''reinventar a fórmula de treinar sem treinar''.
Queiroz pretende ''redefinir a selecção'', adequando-a ao desafio constante da evolução e de adaptar soluções novas para problemas novos. ''Se se aplicar soluções antigas em novos problemas esta não evolui''.
O seleccionador prometeu ainda estar atento a todos os jogadores que possam integrar a selecção, seguindo um rigoroso critério de observação, que privilegia o atleta em detrimento dos clubes.
''Com todo o respeito para todos os clubes e equipas, a minha prioridade tem que ser feita pela importância dos jogadores e devem ser observados mais de perto os que eu entenda'', explicou.
Embora admita ter falta de tempo, Qeuroz está ''confiante e optimista'' no desempenho da selecção, que terá que lutar pelo apuramento com a mesma determinação quer seja frente a Malta quer seja frente à Dinamarca.
O seleccionador, que fez votos para que o ainda ausente Cristiano Ronaldo, a recuperar de uma intervenção cirúrgica, com quem viveu muitos êxitos no Manchester United, marque muitos golos pela selecção.
''Quero que Cristiano Ronaldo seja um dos homens golo da selecção e só vejo uma posição para ele na equipa, que é na linha avançada'', sorriu Carlos Queiroz, que se escusou a adiantar o ''onze'' para o jogo com as Ilhas Faroé.