Fernando Madureira, fervoroso adepto portista e líder da claque dos 'Super Dragões', apelidou Jorge Costa de "traidor" numa publicação nas stories da sua conta oficial no Instagram, na passada terça-feira.
A referência surge depois do atual treinador do AVS SAD e antigo capitão azul e branco ter assumido o seu apoio a André Villas-Boas, candidato à presidência do FC Porto, ao revelar que iria marcar presente na apresentação da candidatura do antigo treinador dos dragões, num evento que decorreu na noite de quarta feira na Alfândega do Porto.
"Um traidor será sempre um traidor", escreveu o líder da claque Super Dragões, ilustrando a publicação com a imagem de uma entrevista de Jorge Costa na qual este reiterou a sua amizade com o então rival Rui Costa, hoje presidente do Benfica.
No final da cerimónia de oficialização da candidatura de Villas-Boas, que contou com a presença de personalidades emblemáticas do FC Porto e que trouxe uma mistura única de nostalgia e esperança para os adeptos azuis e brancos, Jorge Costa respondeu a Madureira.
"As pessoas são livres de opinarem. Se gosto ou não, isso é outra coisa. Sou livre também de opinar e de estar aqui. O que quero é que continuam a apoiar o FC Porto, como sempre fiz e farei. Não há uma única pessoa acima do FC Porto".
No entanto, a troca de galhardetes entre o ex-capitão azul e branco e o líder dos Super Dragões não escaparam aos olhos atentos de alguns comentadores desportivos nacionais, sobretudo dos principais rivais, Sporting e Benfica, que não perderam a oportunidade para opinarem sobre o assunto que está a marcar a atualidade do FC Porto.
Neste sentido, Diamantino Miranda, antigo jogador português e atual comentador desportivo na CMTV, foi uma das vozes que se fizeram ouvir sobre a 'picardia' entre duas figuras conhecidas e respeitadas no universo portista.
Miranda questionou o verdadeiro poder de Madureira no FC Porto, considerando-o apenas como o chefe de uma claque, sem uma influência substancial no clube.
"Aquilo que só resta saber é qual é o verdadeiro poder de Fernando Madureira no FC Porto. Se é o primeiro poder, se é o segundo poder", começou por dizer.
O comentador também levantou dúvidas sobre o impacto das palavras de Madureira, sublinhando que muitos adeptos genuínos do FC Porto podem não se identificar com essa abordagem.
"Parece-me que muitas vezes as coisas andam ao sabor das declarações que Fernando Madureira faz sobre variadíssimas pessoas. E, na minha opinião, é só um chefe de uma claque, mais nada"
"Mas pronto, as pessoas dão-lhe a importância que acham que devem dar e, ao longo dos anos, ele continua a ter o poder de fazer afirmações destas por exemplo contra um dos maiores símbolos de sempre do FC Porto. Não percebo como é que tem algum impacto o que ele diz", acrescentou Miranda
"Não percebo como é que tem algum impacto o que ele diz" lamentou Diamantino Miranda destacando que, ao acompanhar o discurso de Villas-Boas, percebeu que o antigo técnico dos dragões apontou para o contexto que se vive no clube da Invicta.
"O impacto que tem percebeu-se pelas várias referências que Villas-Boas fez, sem nunca dizer o nome, ao medo, 'não tenham medo de vir votar'", lembrou o antigo jogador.
"Não consigo perceber a importância que ele tem", reforçou a ideia Miranda, aproveitando a oportunidade para lembrar que, na apresentação de candidatura de André Villas-Boas estava "muita gente da Foz".
"Muita gente da Foz", mas Diamantino Miranda disse que "não se viu malta da Afurada nem da Ribeira, nem de Rio Tinto, nem de Gondomar".
"Esses é que são os verdadeiros e não é que estes não sejam portistas, mas são milhares, milhares e milhares", rematou.