O selecionador Carlos Queiroz anunciou hoje a decisão de recorrer para o Conselho de Justiça (CJ) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) “da parte da decisão em que não foi absolvido” no processo disciplinar de que foi alvo.
O Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) suspendeu Carlos Queiroz por um mês, pelos alegados insultos do selecionador a uma brigada da Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP).
O CD considerou “parcialmente procedente'' e deu ''por provada” a acusação deduzida na nota de culpa contra o selecionador nacional Carlos Queiroz pelos insultos proferidos durante o estágio da seleção na Covilhã.
“A minha inclinação inicial era não recorrer da decisão, que me iliba da acusação mais grave, conforme era da mais elementar justiça, e me aplica apenas a sanção mínima legalmente possível quanto à menos grave”, refere em comunicado Carlos Queiroz.
Como grave, Queiroz referia-se à acusação de que tinha perturbado a recolha por parte da brigada da ADoP, que o CD viria a considerar como não provado e por isso ilibado o selecionador nacional.
Carlos Queiroz discorda da parte da decisão em que não foi absolvido, por entender que não praticou “qualquer injúria ou ofensa”, apesar da “indelicadeza das palavras”, que uma vez mais lamenta.
“Inclinava-me a não recorrer para dar por findo este assunto, nomeadamente tendo em vista os superiores interesses da seleção e a necessária concentração para os desafios que se avizinham”, explica no comunicado.
Contudo, prossegue, “os acontecimentos de ontem mostram bem que, recorra eu ou não, este ‘caso’ se continuará a arrastar, e não por minha vontade, pelo que se não justifica prescindir do meu direito ao recurso em nome de interesses cuja eventual perturbação não depende da minha decisão”.
Carlos Queiroz referia-se a novo inquérito disciplinar instaurado pela direção da FPF, pelas declarações do selecionador nacional ao semanário Expresso e envolvendo o vice-presidente Amândio de Carvalho.
Na entrevista, Queiroz disse que “parecia haver uma ação concertada que começava com o processo” e conduzia ao seu “despedimento”, acrescentando que Amândio de Carvalho ''decidiu pôr a sua cara na cabeça do polvo''.
“Por fim, resta-me deixar o registo do meu profundo desagrado por toda esta situação que em nada prestigia o futebol português. Reitero o meu respeito pelas instâncias jurídicas e mantenho a confiança que a verdade irá prevalecer”, sustenta.
Para além de punido com um mês de suspensão, que o impede de se sentar no banco nos dois primeiros jogos de qualificação frente a Chipre e Noruega, Queiroz foi castigado com uma multa pecuniária de mil euros.