Mourinho diz nada ter a apontar aos seus jogadores e ao árbitro

“O Real merecia um resultado positivo, não tenho nada a apontar aos meus jogadores”, disse Mourinho, para quem esta derrota frente à equipa orientada pelo antigo treinador do Benfica José António Camacho representa “apenas três pontos perdidos”.

O treinador português, citado pela agência francesa AFP, lembra que “segunda-feira será outro dia e quarta-feira outro jogo”, numa alusão ao embate com o Sevilha, da segunda mão das meias finais da Taça do Rei (o Real venceu a primeira mão na Andaluzia por 1-0).

Mourinho reconheceu que o Real Madrid perdeu frente a uma equipa que “deu tudo” e que foi “um jogo difícil, como é sempre quando se joga neste campo”, razão pela qual decidiu “felicitar os jogadores do Osasuna e o árbitro” César Muniz Fernández, “pelo seu trabalho”, repetindo que “não ter qualquer crítica a fazer” aos seus jogadores.

Já o diretor desportivo Jorge Valdano, com quem Mourinho entrou em rota de colisão na sequência da polémica sobre a contratação de um número nove para render o lesionado Higuaín, considerou que o campeonato “não está decidido” e que o Real Madrid “não se rende facilmente”.

“Foi uma partida muito complicada desde o primeiro minuto e um resultado muito mau para os nossos interesses, um duro golpe, mas nada é definitivo”, disse Valdano, citado pelas agência espanhola EFE, prometendo: “Vamos lutar até ao último alento, que é uma matriz deste clube à qual não renunciamos”.

Valdano lembrou mesmo o que aconteceu a época passada, na qual a equipa “viveu uma situação similar” a esta e soube “dar a volta e lutar pelo título até ao última jornada”.

O dirigente considerou que o Real teve eliminatórias da Taça do Rei “exigentes e desgastantes” e advertiu que “ainda falta muito campeonato” para disputar e que o Real ainda “aspira a ganhar tudo”.

Recorreu mesmo ao passado do clube para apontar o caminho: “Somos um clube ambicioso e temos aprendido muito com os que fizeram grande o Real Madrid. Sabemos qual é o caminho a seguir”.

Outro português, o internacional Nelson, destacou a importância da vitória da sua equipa: “Não foi importante por ter sido contra o Real Madrid, contra o José Mourinho ou contra o Ronaldo. Foi importante porque permite que a equipa não caia no poço. Os últimos jogos foram complicados, os resultados estavam a dar cabo da nossa confiança e uma vitória sobre o Real Madrid levanta-nos de novo”.

Citado pela sua assessoria de imprensa, Nelson lamentou “por Mourinho, por Ronaldo e pelos outros portugueses”, porque agora “será complicado recuperar sete pontos de atraso” para o FC Barcelona: “Não é tanto pelos sete pontos, mas sim pelo FC Barcelona, que joga uma enormidade”.

Jogando como lateral esquerdo, o ex-benfiquista espera ter dado nas vistas: “Sou um jogador polivalente e acho que fiz um bom trabalho ao evitar que o Di Maria pudesse ter influência no ataque do Real e, ao mesmo tempo, consegui envolver-me nas ações ofensivas”.

A concluir, manifestou um desejo e lançou um recado ao selecionador Paulo Bento: “Isto sou eu, sempre fui este jogador, gostava de voltar à seleção. Espero que isso aconteça, porque acredito ter valor para isso. Esperto por uma oportunidade”.