O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Gilberto Madail, vai deixar uma herança ''que não é fácil de igualar'', considera Rui Jorge, que elogia a forma como Paulo Bento criou ''um espírito de equipa muito forte''.
Perto de completar um ano à frente dos sub-21, o selecionador enaltece ''a quantidade de fases finais consecutivas'' que a seleção principal atingiu durante os 15 anos de legado de Gilberto Madail.
''Toda a gente deixa a sua marca e a do presidente Gilberto Madail é a quantidade de fases finais consecutivas que estamos a conseguir atingir. Quando se apresenta estes números, é uma herança que não é fácil de ser igualada'', referiu Rui Jorge, em entrevista à agência Lusa.
Em vésperas de eleições no organismo, que se realizam a 10 de dezembro, o antigo internacional português acredita que o sucessor de Madail ''vem com ideias e projetos e vai tentar manter a bitola que Portugal tem tido a nível internacional''.
Pauleta, ex-colega de Rui Jorge na seleção, e Augusto Inácio, seu ex-treinador no Sporting, são os nomes apresentados, respetivamente, pelos candidatos Fernando Gomes e Carlos Marta, para ficarem com o pelouro das seleções jovens.
Sem querer adiantar grandes considerações sobre as escolhas, Rui Jorge acabou por enaltecer a presença de ex-jogadores e ex-treinadores nas estruturas diretivas, tanto a nível de clubes, como de Federação.
''Pessoas com passado e gosto por futebol fazem falta, seja a nível de clube ou de seleção. Quem sentiu o balneário terá sempre algo de novo a trazer'', afirmou o ex-futebolista, que, durante a sua carreira, somou 69 internacionalizações pelas seleções nacionais.
As presenças no Mundial de 2002 e nos Europeus de 2000 e 2004 foram os pontos altos da carreira internacional de Rui Jorge, que falou ainda sobre o percurso da seleção AA rumo ao Euro2012, que vai ser disputado na Polónia e na Ucrânia.
''Em termos de resultado foi fantástico. Conseguiram o objetivo, que era o apuramento e, após um início menos bom, conseguiram dar a volta e fizeram um trajeto fabuloso na parte final'', sublinhou.
O técnico chegou à liderança dos sub-21 pela mão de Paulo Bento, seu ex-colega de equipa e amigo, que merece palavras elogiosas, pela forma como conseguiu unir os jogadores em torno de um objetivo.
''Conheço de facto o Paulo e os princípios dele. Acredito, com toda a certeza, que soube criar um grupo com uma vontade muito grande e com um espírito de equipa muito forte'', adiantou.
No entanto, Rui Jorge rejeita que a seleção nacional seja uma das favoritas à conquista do Europeu, por juntar ''grandes potências que já conquistaram títulos anteriormente, algo que Portugal nunca conseguiu''.
''Obviamente que os jogadores têm essa secreta esperança e têm legitimidade em pensar dessa forma, mas é uma equipa que nunca conseguiu um título e autoproclamar-se favorita é um bocadinho exagerado da nossa parte'', justificou, antes de se escusar a abordar os ''casos'' Ricardo Carvalho e Bosingwa.
''Não sou selecionador AA. Só falo de casos concretos, dos quais tenha total conhecimento. Para gerir, chega-me a seleção sub-21'', rematou.