O presidente do Paços de Ferreira, Carlos Barbosa, lamentou hoje a declaração de ilegalidade da Betclic decidida judicialmente e admitiu ''posições drásticas'' dos clubes de futebol se os jogos online não forem legalizados.
As varas cíveis de Lisboa decidiram na semana passada declarar ilícita e ilegal a atividade do grupo Betclic, a sua publicidade e impediram as empresas de explorarem em Portugal ''os jogos de lotarias e apostas mútuas desportivas ou outras'', no seguimento de uma ação patrocinada pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML).
Carlos Barbosa diz que o apoio financeiro da Betclic ''representa muito'' e é ''um valor significativo'' tanto para o Paços de Ferreira como para o futebol português, chegando a falar numa verba de ''cerca de 10 milhões de euros''.
O presidente do Paços de Ferreira contestou duramente a fundamentação usada pela SCML para avançar com a providência cautelar contra os clubes da Liga que assinaram um contrato de publicidade com aquela empresa de jogos online.
''É uma vergonha no século XXI ainda andarmos com monopólios e agarrados a leis de 1783'', disse Carlos Barbosa, lamentando que se tenha dado provimento a uma lei que remonta ao reinado de D. Maria I, segundo a qual a SCML detém o exclusivo legal da exploração de jogos em Portugal.
Para o presidente do Paços de Ferreira, ''não se aceitam que os patrocinadores invistam no futebol e nos clubes'' e, depois, acrescentou, permitem que um clube sem dívidas ao fisco, como o Paços de Ferreira, esteja sem receber verbas provenientes do totobola há 15 meses.
Carlos Barbosa diz que o clube é credor de um montante a rondar os 50 mil euros e garantiu que a decisão legal de proibir a atividade da Betclic pode levar a uma posição de força dos clubes.
''O assunto está a ser discutido em sede própria, mas, se não houver legalização dos jogos online, os clubes vão tomar uma posição drástica junto do Governo'', concluiu.