O Paços de Ferreira transformou um início comprometedor na Liga de futebol 2011/2012 num 10.º lugar, assegurando atempadamente a permanência e revelando vários jogadores, após uma época atípica, com três treinadores e mais uma revolução no plantel.
A formação nortenha “ameaçou” perder o estatuto de equipa da Liga principal, quando, a meio da prova, tinha 10 derrotas e apenas nove pontos, ocupando o último lugar.
O técnico Rui Vitória, que levara a equipa à final da Taça da Liga na época anterior, realizou os primeiros três jogos, antes de se mudar para Guimarães e passar o testemunho a um outro debutante na Liga, Luís Miguel, um antigo atleta do clube.
A direção pacense manteve-se fiel à aposta em treinadores jovens e ambiciosos e a estreia de Luís Miguel, apadrinhada pelo Sporting na quarta jornada, parecia confirmar a tradição, mas, em apenas 12 minutos, a equipa permitiu uma inesperada reviravolta no marcador, quando tinha dois golos de vantagem.
A derrota caseira foi justificada com a expulsão de Nuno Santos, uma das sete nos primeiros seis jogos, mas a verdade é que este jogo marcou profundamente um plantel excessivamente jovem e inexperiente para lidar com a pressão crescente dos resultados e dos adeptos.
Este Paços de Ferreira, sem Baiano, Maykon, Leonel Olímpio, David Simão, Pizzi ou Mário Rondon, só para citar os titulares da última época, parecia condenado, obrigando a direção a optar pela pouco comum no clube ''chicotada psicológica'', oito jornadas volvidas.
Num processo que dividiu direção e associados, a escolha recaiu em Henrique Calisto, treinador que 11 anos antes havia sido despedido e ''empurrado'' para uma bem-sucedida experiência no sudeste asiático (Vietname e Tailândia).
Calisto perdeu os primeiros três jogos, o tempo suficiente para os jogadores perceberem as suas ideias, num processo evolutivo favorecido também pelo reforço da defesa em janeiro e uma limpeza no balneário.
As exibições acompanharam os resultados e a equipa, mais reduzida e muito limitada por lesões e castigos, acabou por largar a zona de despromoção e garantir a permanência mais cedo do que o previsto, em resultado dos 22 pontos obtidos só na segunda volta.
A direção pacense conseguia, mais uma vez, ajustar os objetivos à medida do curto orçamento e, uma vez mais, deu a conhecer mais-valias, como Melgarejo, avançado paraguaio cedido pelo Benfica, ou os também estreantes Luisinho, Luiz Carlos, Michel ou Vítor Silva, provando que o importante não é como começa, mas como acaba.