O selecionador de futebol da Grécia, Fernando Santos, considera Portugal “um dos candidatos a vencer o Euro2012” e acredita que o conjunto helénico, campeão em 2004, tem hipóteses de ultrapassar a fase de grupos.
“A seleção portuguesa é um dos candidatos a uma presença na final, ou eventualmente a vencê-la, mas, numa escala hierárquica, não está no primeiro grupo, que tem à cabeça a Espanha e três seleções que tradicionalmente têm chegado às finais, a Alemanha, a Holanda e a Itália”, disse Fernando Santos, em entrevista à agência Lusa.
O treinador português não tem dúvidas de que a seleção lusa “está logo ali, muito perto, encostado àquelas quatro seleções”, que coloca num primeiro patamar, e entende que “tudo irá depender do que acontecerá em cada jogo”, até porque o Europeu “é mais difícil do que o Mundial”, onde seria “muito improvável um grupo que juntasse Alemanha, Holanda e Portugal”.
O treinador que já orientou os três “grandes” em Portugal, arriscou mesmo atribuir percentagens de possibilidades às equipas do grupo A: “Diria que a Alemanha tem 40 por cento, Holanda e Portugal 30, à volta disso... ou daria 35 a cada uma. Seja como for, será sempre muito equilibrado e um deles vai ter de sair. Espero que não seja Portugal.”
Quanto às possibilidades da Grécia, no grupo B, do qual fazem parte também Polónia, Rússia e República Checa, sustenta que aquele é “muito aberto” e permite às quatro seleções “pensar que podem atingir os quartos de final”, razão pela qual atribui a cada uma delas “25 por cento de hipóteses”.
No entanto, recusa a ideia de que foi um sorteio favorável para os gregos: “Não pode ser bom para todos, porque, dos quatro, só dois vão conseguir seguir em frente. Obviamente que se tivéssemos no nosso grupo a Espanha e a Alemanha, as nossas possibilidades passavam de 25 por cento para um, ou então teria de acontecer aquele milagre. Mas daí a dizer que é um grupo fácil...”.
Apesar de ter consciência de que “há seleções mais fortes do que a grega”, assume que parte “confiante” de que a Grécia “vai representar bem o país” e chega mesmo a acreditar que é possível o tal milagre, embora recuse que as expetativas sejam elevadas por força do título conquistado em 2004, em Portugal.
“Esse Europeu foi há oito anos, depois disso já houve 2008 e Mundial 2010, duas campanhas nas quais a Grécia nem da primeira fase passou, não tendo nesta última sequer vencido um jogo”, lembrou Fernando Santos.