O ex-selecionador português de futebol Carlos Queiroz considerou hoje que as declarações de Gilberto Madail “mostram a dimensão do caráter da sua liderança”, e que esta se caracterizou pelo estilo “ou sai sempre antes ou chega antes”.
“Não me surpreende assim a razão pela qual o dr. Madaíl tem de correr e socorrer-se frequentemente de idas a Fátima”, disse Carlos Queiroz, em declarações à Agência Lusa, reagindo a declarações do antigo presidente da Federação Portuguesa de Futebol al jornal Correio da Manhã.
Na sequência de comentários que fez acerca do estágio da seleção nacional para o Euro2012, Carlos Queiroz foi visado pelo anterior presidente da FPF, que o acusou de andar metido com os patrocinadores da seleção quando era selecionador, chegando a aludir a um jantar na África do Sul, no qual estiveram os jogadores e em que cada pessoa pagou seis mil euros.
Carlos Queiroz lembrou que Madaíl, enquanto presidente da FPF, “fez parte de todas as decisões relacionadas com o plano de preparação” do Mundial da África do Sul, ao “partilhar e aprovar as propostas aplicadas e desenvolvidas” desse plano.
O ex-selecionador promete mesmo que Gilberto Madaíl, na sequência do seu último depoimento, no qual se refere às ligações de Carlos Queiroz com os patrocinadores e ao jantar após o jogo Portugal-Moçambique na África do Sul, “irá, oportunamente, ter conhecimento público” da sua resposta, considerando que “a pior de todas as mentiras são as meias verdades”.
“O dr. Madaíl vai obrigar-me a fazer-lhe lembrar e sentir que outros também têm pais, filhos, netos e amigos, para perceber o quanto custa ferir a dignidade das pessoas, desrespeitando a lealdade e a verdade”, acrescentou Carlos Queiroz, para quem “é lamentável” que o ex-presidente da FPF tenha feito “um depoimento sem ouvir ou ler as suas declarações sobre a seleção, que estão gravadas ou publicadas”.