Um indominável Cristiano Ronaldo comandou hoje a seleção portuguesa rumo aos quartos de final do Euro2012 de futebol, assinando os dois golos da vitória por 2-1 frente à Holanda, na última jornada do Grupo B.
Quem esteve no Estádio do Metalist, tingido de laranja, viveu um carrossel de emoções, oferecido por uma Holanda completamente frenética nos primeiros minutos, e por um Portugal confiante e lutador, inspirado pelo seu “capitão” Cristiano Ronaldo, autor dos dois golos que permitiram a reviravolta no marcador.
A inspiração inicial dos holandeses, sem nada a perder, mas com tudo para ganhar, teve como principais impulsionadores Wesley Sneijder, na direita, e Arjen Robben, na esquerda, o autor do passe que Rafael van der Vaart converteu em golo, aos 11 minutos, num remate em jeito indefensável para Rui Patrício.
Sabendo que só a vitória interessava, a seleção portuguesa não se deixou assustar pelo irrequieto ataque holandês e explorou as evidentes fragilidades da defesa adversária, com Ronaldo ao comando.
Foram do número 7 as mais flagrantes ocasiões de golo: aos 16 minutos, fintou Vlaar mas rematou ao lado, e, seis minutos depois, de cabeça, obrigou Stekelenburg a uma grande defesa.
Mas, o “capitão” luso acabou por ver a sua busca incessante pelo golo recompensada, aos 28 minutos, quando Miguel Veloso aproveitou o desacerto da defesa holandesa e deixou a bola a João Pereira, que viu Ronaldo desmarcado entre os centrais e fez um passe milimétrico que deu o empate a Portugal.
Embalado, o jogador do Real Madrid tornou Stekelenburg um dos protagonistas involuntários da noite, ao obrigar o guarda-redes holandês a nova grande defesa, na resposta a um remate de longe que podia ter dado o 2-1, aos 33 minutos.
Apanhada desprevenida na sua estratégia, a Holanda limitou-se a tentar domar o ímpeto atacante português, com o ritmo ofegante dos primeiros 45 minutos a decair na segunda parte e o jogo a ficar perdido no meio-campo.
Mas, mais uma vez, havia a dupla Ronaldo-Nani para sossegar Portugal: primeiro foi o “capitão” a servir o extremo do Manchester United, para defesa de Stekelenburg, depois foi Nani a cruzar para Ronaldo, melhor do que a defesa holandesa, marcar o segundo, ao minuto 74.
Van der Vaart, desaparecido desde o primeiro golo, quis imitar o português e, com o jogo na fase final, chutou com força à barra da baliza de Rui Patrício, causando um pequeno susto à equipa das “quinas”, que também poderia ter chegado ao terceiro - Ronaldo fez estatelar o “hat-trick” no poste esquerdo.
Como a Dinamarca não venceu a Alemanha por 3-2 ou algo similar, tendo mesmo perdido, Portugal pôde festejar o apuramento para os “quartos”, marcados para quinta-feira, face à República Checa.