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Euro 2012: Um pastel de nata «vai bem em qualquer lado»... até na Polónia

O nome “Bom Dia-Smaki Portugalii” pode não dizer-lhe nada, mas se quiser comer um pastel de nata na Polónia, mais concretamente em Poznan, estas são as palavras a reter.

Euro 2012: Um pastel de nata «vai bem em qualquer lado»... até na Polónia
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Encontrar o “Bom Dia-Smaki Portugalii” é tarefa praticamente impossível sem GPS, mas o mesmo não se passa com o seu produto mais (re) conhecido. O pastel de nata português está à venda em quase todos os cafés de Poznan, nos centros comerciais da cidade e até no aeroporto, e a responsabilidade é de João Chagas.

“Tivemos esta ideia há uns três anos atrás, quando viemos visitar a Polónia. A culinária não é muito forte aqui, os doces são muito limitados, eles gostam muito de experimentar coisas novas e o pastel de nata é um bolo que vai bem em qualquer lado”, disse à agência Lusa o co-proprietário da marca.

A ideia original do emigrante português e do sócio Duarte Costa era negociar vinhos, no entanto, com a concorrência feroz que se faz sentir no mercado polaco, cedo perceberam que o caminho a percorrer teria de ser outro. E, assim, nasceu o produto-símbolo da marca, que também vende compotas, tortas de laranja ou café, com o rótulo nacional.

“Os pastéis de nata são um produto que nós portugueses devemos levar para outros países. E é bem aceite. A prova é que está a correr bem”, reconheceu o português da Marinha Grande, indicando que, por dia, fabricam, em média, 250 bolos.

E se agora o “Bom Dia-Smaki Portugalii” (em polaco, “sabores de Portugal”) é um fornecedor incontornável da praça velha de Poznan, o local mais emblemático da cidade polaca, é porque os dois sócios dedicaram longos meses a trabalhar no conceito.

“Primeiro tivemos de aprender como é que havíamos de entrar no mercado. Compreender a mentalidade, saber comunicar com os polacos, conhecer a legislação, saber procurar os espaços. Isto demorou quatro meses a licenciar - por sermos estrangeiros, eles são mais rigorosos para não falharmos nada”, enumerou.

Todo este “know how”, segundo João Chagas, só chegou ao fim de algum tempo, com o conhecimento da cidade – “não sabíamos os locais, havia especulação imobiliária, as rendas eram altíssimas, os advogados eram caros” – e das pessoas certas.

“As portas foram-se abrindo. Foi assim que as coisas andaram para a frente”, recordou. E a primeira a abrir-se foi a do seu café de sempre, onde todos os dias, “como bom português, ia tomar a “bica: “Fizemos uma degustação, as pessoas gostaram e começaram a comprar-nos o pastel de nata”.

Sem fórmulas secretas para o fabrico de um dos expoentes máximos da doçaria portuguesa, João Costa atribui o sucesso à receita, “não muito doce, caseira, feita à moda tradicional”, à massa estaladiça e ao creme feito pelo cozinheiro português.

“E depois, todo o polaco que esteve em Portugal já provou o pastel de nata e isso também ajuda. Não é um bolo com um grande aspeto, mas depois de provarem [os polacos] ficam fãs do pastel de nata”, garantiu.

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