O selecionador português de futebol rejeitou hoje qualquer euforia na equipa das “quinas” e salientou que a humildade vai ser decisiva no jogo frente à República Checa, dos quartos de final do Euro2012, a disputar em Varsóvia.
“O primeiro passo é não entrar nessa euforia, temos de estar satisfeitos, orgulhosos e festejar num determinado momento, até partirmos para outra batalha. Nós, amanhã [quinta-feira], temos um jogo que, se Deus quiser, nos vai dar acesso às meias-finais, mas nada mais do que isso. Só jogamos um jogo de cada vez e tenho a certeza que o vamos jogar bem, com vontade e com talento”, afirmou Paulo Bento.
Na conferência de imprensa de antevisão do encontro, o selecionador luso reconheceu que, apesar de Portugal não ter tido margem de erro nos últimos dois jogos, o embate com os checos tem um cariz diferente, por ser a eliminar.
“Nós, nos jogos com a Dinamarca e com a Holanda, também não tínhamos possibilidade de errar. Agora, as duas equipas vão partir na mesma situação. Os jogadores já sabem o que pretendemos, o que o adversário vale e que, dentro dos 50 por cento de hipóteses que cada equipa tem, pretendemos ser mais fortes. Penso que temos conseguido isso, fruto do nosso talento, da nossa organização e da nossa capacidade para superar a adversidade e da nossa humildade”, explicou.
Paulo Bento desvalorizou a inexistência de um treino no Estádio Nacional de Varsóvia, na véspera do encontro, preferindo destacar a importância de respeitar o adversário.
“Hoje treinámos onde estamos habituados, confiantes e com uma dose grande de humildade para podermos chegar em frente. Foi essa dose grande de humildade que nos fez chegar até aqui. Se perdermos um por cento da humildade que tivemos, teremos muito mais dificuldades no jogo”, reconheceu.
Questionado sobre a possível utilização de Tomas Rosicky, depois de ter recuperado de uma lesão no tendão de Aquiles, Paulo Bento assegurou que a equipa das “quinas” tem “uma estratégia definida” e que não abdicará dela mesmo que o “pequeno Mozart” jogue.
“Teremos alguns fatores a ter em conta se ele jogar, sem abdicar da nossa estratégia, cada jogador terá situações específicas”, referiu o selecionador, reiterando a ambição de “esconder os defeitos e potenciar as virtudes” da equipa lusa e “tentar controlar o adversário nas suas virtudes e explorar as suas debilidades”.
O selecionador português admitiu que a sua equipa poderá estar mais penalizada por ter menos um dia de descanso do que os checos, quatro contra cinco, mas disse não acreditar que isso seja preponderante.
“Não acredito que essa diferença provoque alguma fatura. Emocionalmente, nem pensar, depois de termos jogado como jogámos com a Holanda. Fisicamente, acredito que estaremos fortes também e ainda teremos mais umas horas de descanso até ao jogo. Acho também que a organização que temos tido faz com que se consiga superar algum cansaço, vamos ter de ser também inteligentes, saber gerir o jogo, sem jogar à pressa”, explicou.
Portugal e República Checa discutem hoje uma presença nas meias-finais do Euro2012, no primeiro jogo dos “quartos”, a disputar no Estádio Nacional de Varsóvia, a partir das 20:45 locais (19:45 em Lisboa), num encontro que será arbitrado pelo inglês Howard Webb.