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Euro 2012: Vitória portuguesa faz esquecer por momentos desemprego

Portugal fez hoje esquecer por umas horas o problema do desemprego que se vive no Algarve, região do país com a maior taxa de pessoas sem trabalho, ao vencer a República Checa por 1-0, nos quartos-de-final do Euro2012 de futebol.

Euro 2012: Vitória portuguesa faz esquecer por momentos desemprego
Futebol 365

Um golo solitário de Ronaldo, aos 79 minutos, fez a alegria do mais de um milhar de pessoas que se juntaram no Jardim Manuel Bívar, no centro de Faro, para assistir à partida que qualificou a seleção lusa para as meias-finais da prova, onde irá medir forças com o vencedor do jogo entre a França e a campeão do Mundo e da Europa, a Espanha.

Entre a multidão que encheu o jardim da baixa de Faro, onde foi instalado um ecrã gigante para a população assistir aos jogos do Europeu da Ucrânia e Polónia, estava João Jesus, que disse à Lusa não ser dia para pensar no desemprego que o afeta há mais de seis meses.

“Hoje não é dia para pensar nisso, é dia de ver Portugal, beber umas cervejas, comemorar a passagem às meias-finais e esquecer os problemas”, disse o jovem de 30 anos, funcionário de um hotel que ficou sem trabalho, após a unidade em que trabalhava ter fechado portas para o Inverno e o seu contrato a prazo não ter sido renovado.

As dificuldades económicas de quem está sem trabalho não foram no entanto esquecidas, e João Jesus saiu de casa equipado com uma geleira com cervejas, de forma a não ter de gastar dinheiro nas muitas bancas de venda de bebidas em redor do recinto onde está instalado o ecrã.

“Juntámo-nos todos, comprámos uma grade de minis e saiu mais em conta do que gastarmos dinheiro aqui”, justificou, numa referência aos amigos que o acompanhavam.

Com a festa adiada por duas vezes, em duas bolas que Cristiano Ronaldo atirou ao poste, a meio da primeira parte e no início da segunda, a ansiedade crescia junto do público presente na baixa de Faro, que viu ainda gorados os festejos num golo anulado, por fora de jogo, a Hugo Almeida.

Também Paula Santos, que trabalhava para uma empresa de construção que fechou há três meses, preferiu assistir ao jogo com o marido e os filhos no jardim farense, em vez de ir a um restaurante, como fazia quando tinha trabalho.

“Agora só trabalha o meu marido e temos que poupar nestas coisas. Viemos aqui ver o jogo e, depois, logo comemos quando chegarmos a casa. E isto para os miúdos é sempre uma festa”, afirmou Paula Santos, de 40 anos, com dois filhos.

A festa acabou por chegar a cerca de 10 minutos dos 90 regulamentares, num cabeceamento de Ronaldo que levou a multidão a soltar a sua alegria e a iniciar os festejos que, para alguns, se prolongarão pela noite dentro.

“Portugal é o maior! O Ronaldo é o maior! Agora que venha a Espanha ou a França para depois irmos à final”, gritava António Correia, abraçado aos amigos, após o último apito do árbitro inglês Howard Webb, numa antecipação do desfecho do jogo da meia-final que Portugal irá disputar contra uma destas seleções.

Confira aqui tudo sobre a competição.

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