O desempenho da seleção portuguesa no Europeu de sub-19 foi “o ponto de partida para o desenvolvimento do futebol feminino”, defendeu hoje a diretora federativa e antiga selecionadora, Mónica Jorge, à chegada da comitiva lusa a Lisboa.
A dirigente acredita que a participação histórica no campeonato realizado na Turquia, com a qualificação para as meias-finais, nas quais perdeu por 1-0 com a Espanha, vai contribuir decisivamente para o reforço do “investimento no futebol feminino”.
“Tem de haver investimento no futebol feminino e penso que a federação vai dar esse passo. Por isso é que digo que acho que foi o ponto de partida para o desenvolvimento do futebol feminino em Portugal”, disse Mónica Jorge, à chegada ao aeroporto de Lisboa.
A diretora federativa considera que o resultado obtido na Turquia constituirá “o pontapé de saída para o futebol feminino”, assinalando que as outras três equipas presentes nas meias-finais têm mais de 10.000 praticantes na categoria de juniores, enquanto Portugal tem “no máximo 900 juniores”.
“Se em tão pouco temos tanta qualidade, que outros não conseguem encontrar em 20.000 ou 30.000 praticantes, só tenho de esperar coisas boas para as seleções femininas”, observou, lembrando que a seleção lusa “deu luta” e “fez tremer” a Espanha, que só marcou o golo da vitória a três minutos do fim do jogo.
O selecionador, José Paisana, também recordou que “oitenta por cento da equipa vai-se manter-se” para a próxima época, pois apenas cinco jogadores sobem à categoria sénior, advertindo que “há outros talentos a despontar”, razões pelas quais acredita ser possível “manter este nível”.
“Acredito porque este é um trabalho que vem de há alguns anos atrás, iniciado pela professora [Mónica Jorge], e julgo que vai desencadear um conjunto de motivações a todos os nível e como tal pode ser o ponto de arranque”, disse José Paisana.
Para a “capitã” da equipa portuguesa, Rita Fontemanha, “foi uma grande porta que se abriu para o futebol feminino”, manifestando-se “muito orgulhosa pelo que foi conseguido na Turquia, apesar de não ter sido possível chegar à final”.
“Acreditámos [que seria possível vencer Espanha nas meias-finais], como vamos acreditar daqui para a frente que é possível fazer coisas maravilhosas no futebol feminino”, sustentou Rita Fontemanha.