O treinador da seleção portuguesa de sub-21 de futebol considerou hoje que os próximos jogos de preparação com a Suécia e República da Irlanda são fundamentais para conhecer o comportamento de alguns jogadores neste nível de competição.
Portugal joga na quinta-feira frente à Suécia, em Viseu, e parte depois para Dublin, onde na segunda-feira defrontará a República da Irlanda.
“Atendendo à fase em que estamos, acho que é extremamente importante para conhecer alguns jogadores a este nível de competição, jogadores porventura com menor trajeto em termos de seleção nacional, menos habituados a este tipo de andança”, afirmou Rui Jorge, durante uma conferência de imprensa em Viseu.
Segundo o treinador, estes jogos “são momentos para os preparar e para os avaliar”.
“Estes jogos servem para isso também, para os ver noutra realidade. Um jogador que esteja a jogar numa II Divisão B não é propriamente a mesma coisa que fazer um jogo internacional com a camisola da seleção”, sublinhou.
Questionado sobre se o jogo com a Suécia foi propositado, atendendo a que pode apresentar características idênticas às da Noruega – que defrontará no apuramento para o campeonato da Europa na República Checa –, o técnico disse que foi “uma coincidência”.
“Atendendo à altura em que fazemos os convites para os jogos particulares, muitas vezes não sabemos sequer o grupo que nos vai calhar. Acaba por ser um país nórdico, mas, em termos das semelhanças de jogo, não sabemos se existirão. Ainda não conhecemos a Noruega o suficiente para o dizer”, afirmou.
O treinador não poderá contar com Tó Barbosa, que chegou à seleção lusa “ligeiramente lesionado e não conseguiu recuperar”, nem com Fábio Nunes, que se lesionou a trabalhar com o grupo, tendo ambos sido dispensados.
“Estamos com alguma dificuldade, principalmente no setor ofensivo. Mas, quem jogar, com certeza irá dar o seu melhor e representar condignamente a nossa seleção”, garantiu.
Na opinião de Rui Jorge, houve uma grande mudança em relação à presença de jogadores das equipas A dos três ''grandes” do futebol português na seleção de sub-21.
“A geração que vai fazer o apuramento é esta, juntamente com a de sub-20, que, neste momento, tem alguns jogadores que têm feito jogos na I Divisão. Não são tantos quanto antigamente, mas a realidade é outra e temos que nos adaptar”, considerou.
O treinador frisou que “os jovens estão a fazer o seu crescimento noutras divisões, noutras equipas”, e a seleção irá tentar “ajudá-los a potenciar” o seu valor.
“É um momento particular em termos de seleção. O facto de estarmos a trabalhar ao mesmo tempo que uma seleção que vai disputar o mundial de sub-20 limita em termos das escolhas”, admitiu.
Rui Jorge considerou que, “na etapa de transição de futebol júnior para sénior, é claro que existe um ponto que não está completamente resolvido, onde os jovens atravessam muitas dificuldades”.
E, “mesmo aqueles que crescem ao mais alto nível, quando passam a sénior enfrentam grandes dificuldades”, que muitas vezes não conseguem ultrapassar, perdendo-se “jogadores a quem se reconhecia potencial”.
No seu entender, esta situação deve-se a vários fatores, como a “dificuldade em apostar em jovens jogadores quando 70% dos treinadores da I Liga são despedidos durante um ano”.
“São fatores que contribuem para a dificuldade de afirmação dos jovens hoje em dia, sabendo nós que quando terminam a sua etapa de formação não são, regra geral, jogadores completos para integrar uma equipa inicial duma I Liga”, acrescentou.