O presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol acusou hoje o seu homólogo da FIFA, Joseph Blatter, de parcialidade, ao manifestar preferência pelo argentino Lionel Messi e simultaneamente criticar a "personalidade de Cristiano Ronaldo".
Numa "carta aberta" a Joseph Blatter, Joaquim Evangelista considera que "o presidente da FIFA deveria, salvo melhor opinião, adotar uma posição de plena neutralidade e imparcialidade" e assim "respeitar a pluralidade de opiniões que cada um possui".
Quanto à "crítica à personalidade de Cristiano Ronaldo", Evangelista sublinha que "o direito à diferença é um direito fundamental que deve ser proclamado pela FIFA".
"Cristiano é como é. Cristiano é responsável pelos seus atos. Nem sequer precisa que ninguém o defenda porque ele, melhor que ninguém, sabe fazê-lo. Cristiano não é hipócrita. Não se esconde nem manda recados. Cristiano é frontal, dá a cara e, quando erra, também sabe pedir desculpa. Portanto não me parece justo que, por assumir diferentes opções ou estilos de vida, seja crucificado todos os dias", argumenta.
Joaquim Evangelista recorda que o avançado do Real Madrid é, atualmente, candidato a melhor jogador do Mundo e, por isso, "deve ser respeitado", até porque "nada fez para que seja associado a esta discussão, a não ser exercer a sua profissão com dignidade e brio profissional".
O dirigente sindical, que invoca também a sua qualidade de membro da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), da FIFPro e de "simples adepto", admite que Blatter "não teve a intenção de minimizar o valor do atleta", porque, ao contrário, "reconhece que os jogadores são o património maior da FIFA e dos clubes".
Joseph Blatter participou num debate na Oxford Union Society, em Inglaterra, no qual revelou a sua preferência pelo argentino Messi em relação a Cristiano Ronaldo, de quem disse que "gasta mais no cabeleireiro".
Depois de as suas declarações terem sido condenadas por Cristiano Ronaldo, pelo presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, e pelo treinador do Real Madrid, Carlo Ancelotti, o máximo responsável da FIFA enviou uma carta ao líder da FPF com um pedido de desculpas e lamentando que as suas palavras tivessem sido descontextualizadas.