O capitão do Real Madrid, Sérgio Ramos, considerou hoje que as recentes acusações de evasão fiscal de alguns futebolistas ‘merengues’, entre os quais Cristiano Ronaldo, destinam-se a desestabilizar a equipa espanhola.
“Há, sem dúvida, algo de verdadeiro e falso, mas acho que estão a tentar desestabilizar o grupo num momento em que está bem”, referiu Sérgio Ramos, questionado sobre a denominado ‘Football Leaks’ na abordagem do jogo de quarta-feira com o Borussia Dortmund, para a última jornada da Liga dos Campeões.
Sérgio Ramos considerou estas alegadas acusações de fuga ao fisco de alguns jogadores de “questões muito sensíveis”, mas referiu acreditar na lei e na justiça, departamentos que “estão bem colocados para tomar decisões sobre esta matéria”.
“É um tema um pouco embaraçoso, mas eu acho que, acima de tudo, não deve afetar nenhum jogador e muito menos o desempenho da equipa", acrescentou Sérgio Ramos, adiantando que o assunto não irá afetar o rendimento do Real Madrid.
Na sexta-feira, os membros do European Investigative Collaborations (EIC), que incluem o Expresso, o Der Spiegel, o El Mundo, o austríaco Der Falter, o belga Le Soir, o dinamarquês Politiken, o italiano L’Expresso, o grupo francês Mediapart, o sérvio Newsweek e o romeno RCIJ The Black Sea, noticiaram que Cristiano Ronaldo evadiu, supostamente, milhões de euros em impostos através de uma sociedade nas Ilhas Virgens.
A informação, que também envolve outros jogadores, entre os quais Fábio Coentrão, Ricardo Carvalho ou Pepe, assim como o internacional alemão Mesut Ozil, do Arsenal, foi colhida a partir de 1.900 gigabytes de documentos a que o referido consórcio europeu teve acesso e sobre os quais trabalharam 60 jornalistas durante mais de sete meses.
De acordo com os documentos, cedidos aos citados OCS pela plataforma digital ‘Football leaks’, são muitas a estrelas do futebol internacional que se esforçam por ocultar os seus rendimentos ao fisco, dando como exemplos concretos os de Ronaldo e Ozil.
O avançado português terá, alegadamente, segundo o El Mundo, utilizado empresas fictícias sediadas nas Ilhas Virgens para ocultar receitas de publicidade de 150 milhões de euros e, segundo o Der Spiegel, alguns colaboradores próximos de Ronaldo revelaram-se preocupados com a possibilidade de detalhes da sociedade caribenha chegarem ao conhecimento das autoridades.
Entretanto, a Gestifute, do agente Jorge Mendes, que representa os interesses de Cristiano Ronaldo e José Mourinho, já tinha feito saber, na quinta-feira, numa declaração pública, que ambos estão em dia com as suas obrigações fiscais, tanto em Espanha como no Reino Unido.
Na mesma declaração, enviada à Agência Lusa, a Gestifute sublinhava que Cristiano Ronaldo e José Mourinho nunca estiveram envolvidos em qualquer processo judicial relativo à prática de qualquer delito fiscal e ameaçava que qualquer insinuação ou acusação dessa natureza em relação a ambos será denunciada e perseguida nos tribunais.