O francês Michel Platini e o português Cristiano Ronaldo, que volta ‘à carga’ em 2021, dividem a liderança da lista dos marcadores da história das fases finais dos Europeus de futebol, ambos com nove golos.
Em 15 edições da principal prova de seleções do ‘velho continente’, que se começou a jogar em 1960, Platini ‘manda’ desde que, em 1984, na sua única presença, marcou em todos os jogos e conduziu a França ao seu primeiro cetro europeu.
O ex-jogador de Nancy, Saint-Étienne e Juventus, e também ex-presidente da UEFA, agora com 65 anos, liderou isolado durante mais de três décadas, até ser alcançado em 2016 por Cristiano Ronaldo, que apontou três golos na sua quarta participação no certame.
O futebolista luso, de 36 anos, que já tinha apontado dois golos em 2004, um em 2008 e três em 2012, tem à sua mercê o recorde no Euro2020, adiado para 2021 pela pandemia da covid-19, já que lhe basta um ‘mísero’ golo.
A anteceder a 16.ª fase final, ainda subsiste, porém, a igualdade a nove tentos, com a ‘brutal’ diferença de Platini ter disputado apenas cinco jogos e Ronaldo já somar 21, sendo recordista isolado neste ‘departamento’.
O jogador gaulês, que brilhou intensamente na ‘Juve’ entre 1982/83 e 86/87, rubricou, inquestionavelmente, a melhor prestação individual de um jogador numa fase final de um Europeu, na edição de 1984, que a França acolheu.
Platini começou com um golo à Dinamarca (1-0), para, no segundo jogo, conseguir um ‘hat-trick’ face à Bélgica (5-0), igualando desde logo os alemães Gerd Müller e Dieter Müller e o jugoslavo Dragan Dzajic na liderança dos marcadores.
Perante o delírio dos adeptos gauleses, Platini assinou um segundo ‘hat-trick’ ao terceiro encontro, face à Jugoslávia (3-2): a 19 de junho de 1984, isolou-se no primeiro posto da tabela, lugar que, mais de 30 anos depois, ainda ocupa.
A rematar um Europeu em que marcou em todos os jogos, o Bola de Ouro de 1983, 1984 e 1985 apontou o tento que afastou Portugal, no prolongamento das meias-finais (3-2), e, qual ‘cereja no topo do bolo’, marcou na final com a Espanha (2-0).
No que respeita em exclusivo a uma só edição, nenhum jogador chegou perto do feito de Platini, já que o segundo melhor registo é de seis tentos, conseguidos pelo seu compatriota Antoine Griezmann na última edição, em 2016.
Por seu lado, Ronaldo tem um longo trajeto em Europeus, sendo que disputou o primeiro com 19 anos, em 2004, conseguindo dois golos, em seis jogos, um no jogo de abertura, com a Grécia (1-2), e outro com os Países Baixos (2-1), nas meias-finais.
Em 2008, adicionou mais um golo, em três jogos, à República Checa (2-0), e, quatro anos volvidos, em 2012, somou três, em cinco encontros, dois aos Países Baixos (2-1), e mais um aos checos (1-0), nos quartos de final.
Na última edição, em 2016, contribuiu com mais três tentos, em sete jogos, para o título conquistado por Portugal, ao ‘bisar’ face à Hungria (3-3) e marcar o primeiro tento nas meias-finais com o País de Gales (2-0).
Com os o tento apontado ao conjunto de Gareth Bale, Cristiano Ronaldo igualou Platini, depois de, com o ‘bis’ aos magiares, ter ultrapassado o inglês Alan Shearer, que fecha agora o pódio, com sete golos, cinco em 1996 e dois em 2000.
Na quarta posição do ‘ranking’, segue um grupo de sete jogadores, que inclui o português Nuno Gomes e dois jogadores ainda em atividade, o sueco Zlatan Ibrahimovic, um dos grandes ausentes do Euro2020, devido a lesão, e Antoine Griezmann.
O francês do FC Barcelona, de 30 anos, é, assim, forte candidato a intrometer-se na luta pelo título de melhor marcador de sempre dos Europeus.
Ainda com seis golos, seguem os holandeses Patrick Kluivert e Ruud van Nistelrooy, o também gaulês Thierry Henry e o inglês Wayne Rooney.
No patamar seguinte, com cinco golos, mas já fora do ‘top 10’, segue novo septeto, formado pelo holandês Marco van Basten, os alemães Jürgen Klinsmann e Mario Gómez, o jugoslavo Savo Milosevic, o francês Zinedine Zidane, o checo Milan Barros e o espanhol Fernando Torres.
Em termos coletivos, a Alemanha (República Federal Alemã até 1988), tem uma liderança sólida, com um total de 72 golos, contra 62 da França, que encurtou a diferença na edição de 2016, ao marcar 13, contra sete dos germânicos.
Os Países Baixos, que foram os grandes ausentes da prova realiza há cinco anos, seguem no terceiro posto, com 57 tentos, seguidos da Espanha, com 55. Portugal é quinto, com 49, estando, assim, a um da meia centena.
Em 15 fases finais (de quatro em quatro anos desde 1960 – o Euro2000 será exceção, já que passou para 2021 por culpa da pandemia da covid-19), foram apontados 687 golos, em 286 jogos, à média de 2,40 por encontro.
Em termos de média, a edição de 1976, realizada na Jugoslávia, foi a mais produtiva, com 4,75 por encontro (19 em apenas quatro jogos), enquanto a mais pobre foi a de 1968, em Itália, com escassos 1,40 (sete em cinco jogos).
Na história dos Europeus, está também o jugoslavo Milan Galic, autor, aos 11 minutos do jogo de abertura, do primeiro golo em fases finais, a 06 de julho de 1960, na vitória por 5-4 sobre a França, nas meias-finais.
Para já, o autor do último golo, e 687.º do torneio, dá pelo nome de Éderzito António Macedo Lopes, Éder para o futebol, que, aos 109 minutos da final de 2016, deu o primeiro título a Portugal, na final com a anfitriã França (1-0).