José Melro estreou-se nos trabalhos das seleções jovens de Portugal aos 17 anos, após época 'farta' de golos, incluindo na equipa principal do despromovido União de Santarém, na Liga 3, e está apostado em fazer carreira no futebol.
O jovem avançado, que esta época fez 40 golos, entre os juniores (na sua maioria), equipa B e principal do União de Santarém, é o único debutante na seleção de Sub-18 que cumpre um miniestágio em Lousada e, sem dúvida, um dos mais felizes do grupo.
“O sentimento é de orgulho e fazer parte do grupo de melhores jogadores da minha idade é espetacular. Só espero que se repita mais vezes”, disse José Melro, em declarações à agência Lusa, no final de mais um treino em Lousada.
José Melro ‘bisou’, no domingo, na vitória do União de Santarém nas Caldas, por 3-2, na despedida da equipa da Liga 3, e ao almoço ficou a saber que ia integrar os trabalhos dos sub-18, trocando Braga, onde ia cumprir uns dias de treinos, por Lousada e Penafiel, local dos treinos e do estágio da seleção, respetivamente.
“Um diretor da SAD do União de Santarém ligou ao meu pai e ele avisou-me. Já cá estou há uns dias [na seleção], mas a ficha ainda não caiu. Fui muito bem recebido por todos e, até ver, por acaso, não tive praxe”, recordou.
De Santarém transporta o “sentimento agridoce” de quem viu a sua equipa de sempre descer ao Campeonato de Portugal, o quarto escalão nacional, ao mesmo tempo que a sua carreira disparava em golos e protagonismo, numa ida agora à seleção que interrompeu as aulas de “aluno mediano” que frequenta uma escola inglesa em Lisboa.
“Revia num dia os golos marcados nos juniores, a sonhar em ajudar o União de Santarém, e noutro fui chamado aos treinos da equipa principal, acabando por jogar e marcar na Liga 3. Foi tudo muito rápido, mas tenho de confiar nas minhas capacidades”, referiu José Melro, que este mês completa 18 anos.
O jovem avançado partilha o mérito das suas finalizações com os colegas, pois “nada teria conseguido, se não fossem bons”, acrescentando, de forma convicta, que “estiveram à altura do desafio”.
A sua relação com a bola e os golos surgiram por influência familiar, do pai e dos irmãos, que chegou a ver jogar, tendo começado a desenhar-se bem cedo.
Logo no ano de estreia, pelo Footkart, equipa de Almeirim, venceu o troféu de melhor marcador na Copa Guadiana, disputada no Algarve, ingressando, no ano a seguir, no União de Santarém, onde se manteve até agora.
“Há dois meses sonhava com os sub-18, mas o meu maior sonho é chegar à seleção principal. O que tiver de acontecer, irá acontecer, só tenho de manter sempre a humildade, numa busca constante pelo equilíbrio, porque hoje estamos lá em cima e amanhã podemos já não estar”, concluiu, sem desvendar o seu futuro, a decidir por si e pelo pai, seu “ídolo e conselheiro”.