Cristiano Ronaldo, herdeiro natural de Luís Figo, prepara-se para dar mais um passo que o legitima no “trono” da seleção portuguesa de futebol, ao cumprir a 100.ª internacionalização “AA”, com apenas 27 anos.
Caso seja utilizado na dupla jornada de qualificação para o Mundial2014, na Rússia e com a Irlanda do Norte, Ronaldo iguala uma marca que apenas foi atingida por duas outras referências da equipa lusa: Figo, ainda recordista de internacionalizações, com 127, e Fernando Couto, que somou 110 jogos.
Mesmo o recorde de 127 partidas com a camisola das “quinas” parece ter os dias contados e é provável que o avançado, que rivaliza com Eusébio e Figo pelo estatuto de melhor jogador português de sempre, o ultrapasse ainda antes de completar os 31 anos, idade com que o antigo médio chegou às... 100.
Cristiano Ronaldo Santos Aveiro nasceu a 05 de fevereiro de 1985, no Funchal. Formado nas escolas do Sporting, ganhou “asas” no Manchester United, tendo conquistado uma Liga dos Campeões e sido eleito melhor futebolista mundial em 2008, antes de se mudar para o Real Madrid, o que ampliou a rivalidade com o argentino Lionel Messi pelo estatuto de melhor do Mundo.
O reinício do particular com o Cazaquistão (vitória por 1-0), a 20 de agosto de 2003, em Chaves, foi premonitório. Com apenas 18 anos, Ronaldo estreou-se na seleção portuguesa pela mão do brasileiro Luiz Felipe Scolari, substituindo Figo após o intervalo. De aí para cá, “CR7” participou em 98 jogos, tendo marcado 37 golos, registo apenas superado por Pauleta (47) e Eusébio (41).
Scolari ofereceu-lhe a titularidade no jogo seguinte, no particular com a Albânia (5-3), mas o jovem prodígio regressou rapidamente ao banco de suplentes, condição em que entrou no Euro2004, sem que isso o tivesse impedido de marcar o primeiro golo internacional, na derrota por 2-1 com a Grécia, no primeiro jogo na competição.
O treinador brasileiro ainda “resistiu” a colocá-lo na equipa inicial no encontro seguinte, com a Rússia (2-0), mas apelou à magia de Ronaldo na terceira e decisiva partida da primeira fase, com a Espanha, que a seleção nacional ganhou por 1-0, apurando-se para os quartos de final.
O avançado foi titular nos três jogos até à final, marcando mais um golo pelo caminho, nas “meias”, frente à Holanda (2-1), mas foi incapaz de evitar uma das derrotas mais amargas do futebol português, de novo com a Grécia (1-0), num Estádio da Luz carregado de esperança pela conquista do primeiro grande título internacional. Foi o 13.º jogo de Ronaldo por Portugal.
Até hoje, CR7 apenas voltou a sentar-se no banco em três encontros, dois dos quais de caráter particular, assumindo-se como o “capitão” e o líder natural da seleção portuguesa, contribuindo decisivamente para as qualificações para os Mundiais de 2006 e 2010 e para os Europeus de 2008 e 2012.
Em 2006, ao lado de Figo, que disputava os últimos jogos pela seleção lusa, Ronaldo ajudou Portugal a chegar ao quarto lugar, o segundo melhor resultado de sempre no Mundial - apenas superado pela medalha de bronze conquistada por Eusébio em Inglaterra1966 -, e no recente Euro2012 levou a equipa até às meias-finais, acabando derrotado pela Espanha, campeã do Mundo e bicampeã europeia.
Se as comparações com Eusébio e Figo sobre o estatuto de melhor futebolista português de sempre são incapazes de gerar consenso, os números começam a falar a favor de Ronaldo, apesar de, por exemplo, o “pantera negra” ter necessitado de apenas 64 jogos para marcar 41 golos com a camisola das “quinas”.