O vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol Humberto Coelho disse hoje que o organismo pretende manter o vínculo com o selecionador Paulo Bento, embora admita que, após o final do Mundial2014, vai ser avaliado o percurso da equipa.
Em conferência de imprensa no centro de treinos da Ponte Preta, em Campinas, Humberto Coelho lembrou que Paulo Bento tem contrato e que espera que leve Portugal ao Euro2016, em Espanha.
"Até agora, o Paulo Bento nunca pôs essa situação [de pôr o lugar à disposição]. Temos um compromisso, mais um jogo para tentar o apuramento. Estamos focados nesse objetivo. Não sei qual é a posição de Paulo Bento", afirmou.
Humberto Coelho diz que não sabe o que "Paulo Bento vai pensar", garantindo que "até agora" o selecionador "não disse nada".
"Não sei o que ele vai pensar amanhã ou na próxima semana (...).Não nos chegou a nós qualquer indício que Paulo Bento vai pôr lugar à disposição ou que a Federação vai deixar de trabalhar com o selecionador", afiançou.
Humberto Coelho disse que "não se poder esquecer o trabalho que tem sido feito" e que "nos últimos 14 anos Portugal esteve em oito fases finais", embora "passar a primeira fase fosse muito importante e ninguém está satisfeito".
Garantindo que os dirigentes da FPF não são surdos, mas que também não são condicionados pela opinião pública, o vice-presidente disse que, após o Mundial2014, se vão "reunir com todos os departamentos para ver o que correu mal e ver o que é melhor para o futuro", embora não veja razões para terminar o vínculo com Paulo Bento e que após a prova vão dizer o que decidiram fazer.
"Assinámos um contrato de dois anos. Claro que os resultados são importantes e não só um resultado. Houve uma destabilização com o resultado contra a Alemanha. Não vamos atirar já a toalha ao chão. Quando Paulo Bento assinou, foi com a perspetiva de ir até ao Europeu de 2016. É esse o nosso objetivo. Continuamos a querer ir às fases finais. Há dois meses, quando assinámos, a maioria dos portugueses estava de acordo. Fizemo-lo para manter estabilidade, é nesse sentido que estamos a trabalhar", admitiu.
Humberto Coelho adiantou ainda que a direção da FPF não vai sair do caminho traçado, de "desenvolver a formação, criar condições para os jovens poderem jogar, para que a seleção AA tenha mais qualidade", garantindo que todos os responsáveis vão dar a cara após o Mundial, sejam os jogadores, o selecionador ou o presidente do organismo.
Humberto Coelho garantiu que não estão arrependidos de terem escolhido Campinas como "quartel-general", garantindo que tem "as condições todas para um ótimo trabalho" e que "não é por acaso" que 60 a 70 por cento das equipas estão no eixo São Paulo-Rio de Janeiro.
"Aqui, temos um hotel com toda a privacidade que uma equipa precisa, estamos a 15 minutos do aeroporto e do centro treinos, o que é ótimo para que não tenha de se fazer uma grande viagem. A questão logística foi importante. É um hotel que nos dá uma grande tranquilidade e segurança. Sabemos que as diferenças de temperaturas são grandes. As equipas europeias têm tido mais problemas em termos climatéricos, por isso, têm mais dificuldades. Uma parte é genética e é por isso que as equipas têm essas dificuldades", referiu.
Lembrando que o futebol "não é ciência exata" e que "há condicionalismos num jogo de futebol", Humberto Coelho referiu que "o Brasil hoje treinou com oito graus" e que as escolhas dos locais e das questões logísticas não estão a afetar assim tanto no Mundial2014.
"Há equipas que demoram uma hora e meia a chegar ao aeroporto e estão fazer um bom campeonato. Inglaterra estagiou em Miami, que tem um clima parecido, e não conseguiu apuramento. Vimos muitos sítios e escolhemos aquele que [respondia] em todos os itens que a federação definia [como importantes]", disse, adiantando que uma pessoa especializada em climatologia trabalhou com a FPF.