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Mundial-2014: Resignação final, apesar de alguns momentos de fé em Campinas

A eliminação da seleção portuguesa do Mundial2014 foi hoje recebida com alguma resignação pelas cerca de 40 pessoas que assistiram Casa de Portugal de Campinas ao triunfo de Portugal sobre o Gana (2-1) na despedida da competição brasileira.

Mundial-2014: Resignação final, apesar de alguns momentos de fé em Campinas
Futebol 365

Inicialmente, apesar da falta de otimismo, os portugueses ainda iam acreditando num milagre, mais por fé do que por convicção, pois Portugal precisava de golear o Gana e esperar por um triunfo da Alemanha sobre os Estados Unidos.

"Fé é a única coisa que temos hoje, porque estar otimistas não estamos. Claro que não estamos otimistas, não há nem porquê estar otimista. Mas fé sim, continuamos a ter, temos a esperança que algo bom aconteça hoje", disse à agência Lusa Pedro Peixoto, diretor da Casa de Portugal de Campinas.

Esperando que a maldição que persegue os melhores jogadores do Mundo não afetasse Cristiano Ronaldo, Pedro Peixoto aguardava que o capitão da seleção lusa "finalmente" aparecesse e ainda sonhava com um milagre.

"Se isso acontecer, meu amigo, aí vai ser uma senhora festa", garantia.

Para César Marcos, "a esperança é a última que morre", esperando que Portugal conseguisse “golear o adversário”.

"Portugal é o Cristiano Ronaldo, que não está a jogar nada, e os outros que nada fazem. Era bom para ele [que Ronaldo fizesse um bom jogo] e para nós", afirmou.

O apito inicial era dado e Brasília e a um milhar de quilómetros de distância os portugueses, e não só, iam sofrendo em Campinas, com o primeiro festejo a ser dado em falso, quando Ronaldo em excelente posição permitiu a defesa ao guarda-redes contrário.

O primeiro ensaio tornou-se realidade aos 31 minutos, quando John Boye colocou Portugal em vantagem, com um golo na própria baliza, aumentando a esperança lusa, mesmo que ainda faltassem três golos e um da Alemanha no Recife.

No início da segunda parte, do rádio veio uma boa notícia: Thomas Muller, o “carrasco” de Portugal no primeiro jogo, colocava a Alemanha em vantagem, mas, seis minutos depois, o balde de água fria, com o golo de Asamoah Gyan.

Houve quem tapasse a cara para não ver as repetições, quem reclamasse da defesa, mas na cara de todos uma coisa parecia certa, Portugal iria regressar mais cedo a casa.

O sofrimento ia aumentando com o desperdício das oportunidades, em especial por Cristiano Ronaldo perante um inspirado Dauda, até que, a 10 minutos do final, o capitão finalmente marcou, levando a novo festejo.

Até final, os olhos não largavam o "telão" montado na Casa de Portugal e, no final, os adeptos acabaram por se despedir com alguns tímidos aplausos da equipa portuguesa.

"Faltou empenho da seleção portuguesa, faltou fazer golos, faltou tudo para que pudéssemos chegar lá e tivemos chances para isso. Mas, infelizmente, a seleção portuguesa não colaborou, não teve o empenho que deveria ter tido para chegarmos a um resultado positivo", lamentou Pedro Peixoto, que não vê um culpado na prestação portuguesa, porque "a equipa toda foi ruim".

O que vai mantendo alguma alegria nestes portugueses é que, há tantos anos no Brasil, tinham, neste Mundial, duas equipas para torcer e uma delas ainda continua em prova, a seleção "canarinha".

"Agora que Portugal já foi, temos ainda o Brasil por quem torcer. Isso é o bom de ser português, morando no Brasil, porque temos duas equipas", disse.

As lágrimas mais sentidas na Casa de Portugal acabaram por escorrer pela cara de uma brasileira, a jovem Carolina Amaral, que nas duas últimas semanas, trabalhou no centro de imprensa da seleção portuguesa.

"Aí comecei a torcer como se fosse o Brasil. Acho que até me empenhei mais do que com o Brasil. Não deixei de acreditar nem o minuto, mesmo no final do jogo ainda acreditava", garantiu.

De coração dividido entre Portugal e Brasil, Carolina Amaral "queria que chegassem os dois à final".

"Fui criando um afeto muito grande. Tenho descendentes portugueses, mas não tinha ligação com a nacionalidade. Mas com a vinda de Portugal para cá, vendo eles treinar todos os dias, vendo que eles queriam chegar na final, queriam ir mais para a frente, foi muito triste o que aconteceu", lamentou.

Na sexta-feira, Carolina vai ter um dia diferente, sem ir para o centro de treinos da Ponte Preta, assegurando que "vai ser cheio de lágrimas".

"Já estou chorando. Conhecemos as pessoas da delegação, criou um vínculo, queríamos ver Portugal na final, junto com Portugal. Parecia que era portuguesa desde pequenina. Vai ser um dia muito triste", disse.

Confira aqui tudo sobre a competição.

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