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Euro feminino: O sonho 'cumprido' de Cláudia Neto e o olhar para outros

É para muitos o Cristiano Ronaldo da seleção portuguesa de futebol feminino, a capitã Cláudia Neto, que um dia sonhou liderar a equipa das ‘quinas’ e que estará na estreia num Europeu.

Euro feminino: O sonho 'cumprido' de Cláudia Neto e o olhar para outros
Futebol 365

Aos 29 anos, Cláudia Neto, a também camisola número '7', líder da seleção, cumpriu há muito o sonho de criança, quando dizia à mãe que iria ser capitã daquela equipa, mas agora prepara-se para a competição mais importante no seu percurso de futebolista.

“Isso foi uma brincadeira que tive com a minha mãe, um comentário quando era muito pequenina e com o trabalho e dedicação consegui chegar aqui e ser capitã desta seleção”, justificou a jogadora, em entrevista à agência Lusa.

Cláudia Neto, que esteve na lista das melhores médios da Europa, dá passos gigantes no futebol no feminino, muito acima dos seus 1,66 metros, numa etapa que tem sido feita de sonho atrás de sonho, numa busca incansável de metas.

“Tenho o sonho de chegar o mais longe possível no Europeu e a nível de clubes, quem sabe poder ganhar uma Liga dos Campeões com uma grande equipa e continuar a ganhar títulos, que é o meu objetivo”, justificou, olhando já para os próximos horizontes.

Na Suécia, no líder Linköping, a médio portuguesa é quase sempre titular, e se no clube pode aspirar a voos maiores, na seleção está bem ciente das dificuldades, numa fase em que o futebol feminino cresce a olhos vistos, mas parte atrás.

“Vamos para o Europeu sem qualquer tipo de pressão, somos a equipa mais baixa no ‘ranking’, acho que a pressão está toda do lado da Espanha, da Escócia e das grandes seleções que vão lá estar, mas claro que para nós é um motivo de imenso orgulho poder estar nesta grande competição, não só o meu sonho, mas de todas aquelas gerações que passaram, que lutaram e trabalharam para que isto seja possível”, explicou.

No seu percurso, a médio é a jogadora mais internacional no ativo (106 jogos nas AA), mas coincidiu com nomes históricos como Carla Couto (145), a mais internacional de sempre, ou Edite Fernandes (132), que ainda fez parte do apuramento.

“Agradecer tudo o que fizeram por esta seleção, por tudo o que me ensinaram também a mim, e continuam a trabalhar em prol do futebol feminino, foram duas grandes referências e continuam a ser, acho que só temos que por os olhos nessas pessoas que trabalham diariamente para que o futebol feminino possa evoluir”, sublinhou a capitã.

No Europeu, de 16 de julho a 06 de agosto, Cláudia lidera um grupo de 23 jogadoras, explicando que não precisa de um discurso especial para as motivar, porque já é “um sonho para todas” estar numa fase final de uma competição assim.

Na mesma sintonia mostrou-se a avançada Suzane Pires, jogadora que tal como Cláudia joga fora de Portugal, nas brasileiras do Santos, e que encara a presença na Holanda sem pressão adicional e com um sentido de dever quase cumprido.

“Não existe peso, acima de tudo temos orgulho de ter conseguido isso, estamos um pouco ansiosas, é normal, com certeza vamos dar o nosso melhor, como fizemos até aqui, algumas pessoas poderiam até não acreditar que conseguiríamos esta qualificação para o Euro, mas lutámos até ao fim e vamos continuar assim, lutando, tentando provar o contrário do que muitos achem”, sustentou.

Suzane Pires nasceu no Brasil, mas a ascendência portuguesa, dos avós, levou a que o selecionador Francisco Neto a observasse, quando representava as norte-americanas do Boston Breakers e a chamasse à seleção pela primeira vez em 2012.

“[Reação da família?] Ficaram muito felizes, muito orgulhosos, estava no Brasil, não dormi até sair a convocatória e quando saiu, eram cinco da manhã no Brasil, pulei na cama dos meus pais”, contou divertida a jogadora.

O primeiro Europeu da história do futebol feminino português acontece depois de uma campanha que levou Portugal a um ‘play-off’ decisivo com a Roménia, seleção mais bem cotada, e foi Andreia Norton, que entrou nos instantes finais, a dar ‘asas’ a todos esses sonhos.

Depois de um empate sem golos no Restelo, Portugal manteve o nulo em Cluj até final dos 90 minutos, e foi já no prolongamento que a avançada do Braga – que entrara aos 78 – fez o golo que viria a ser histórico, num jogo que terminaria 1-1.

“Uma jogada no meio-campo, a Cláudia Neto deu para a Ana, a Ana Borges fez o passe e foi o golo. Foi um momento muito bom, de muito orgulho, que nos colocou aqui, mas já passou, agora é tentar focar neste momento que é importante e dar o nosso melhor e quem sabe meter mais golos desses, não eu, mas outras colegas também”, explicou timidamente Andreia Norton, perspetivando já o que vem a seguir.

No Europeu da Holanda, Portugal, integrado no grupo D, começará por defrontar a Espanha, em 19 de julho, em Doetinchem, seguindo-se a Escócia, em 23 em Roterdão, e, no último jogo da fase de grupo, a Inglaterra, em 27, em Tilburgo.

Confira aqui tudo sobre a competição.

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