Declarações do treinador da seleção feminina portuguesa de futebol, Francisco Neto, e da jogadora Ana Borges, após o jogo diante da Itália, para a fase de qualificação para o Mundial 2019, hoje disputado no Estádio António Coimbra da Mota, que terminou com a derrota (1-0) de Portugal.
Francisco Neto (selecionador de Portugal): "É um misto de emoções. Estou muito orgulhoso pelo que conseguimos fazer e satisfeito pela qualidade que mostrámos. Não se notou o diferencial com a Itália. Tem de encher de orgulho a bravura e a organização que estas jogadoras tiveram; depois, frustrado, porque fomos superiores e merecíamos mais. Já houve jogos em que tivemos menos oportunidades e vencemos.
[Sobre a ineficácia como explicação do desaire] Não podemos esconder. A este nível, contra uma equipa do pote 1, ter a capacidade de criar estas oportunidades é muito bom. Notou-se uma evolução da equipa e conseguimos criar muitas dificuldades. Infelizmente, não conseguimos o grande objetivo do jogo, que era vencer. Nada está perdido e enquanto houver oportunidade vamos disputar.
[Sobre as contas do grupo] Neste momento deixámos de depender só de nós, mas sabemos que o grupo é muito equilibrado e tudo pode acontecer. Os melhores segundos serão quatro equipas e ainda poderemos entrar nesse lote. Com esta atitude e comportamento acredito que vamos estar na luta. Deixam-nos antever que iremos pelo menos lutar por esses objetivos.
[Sobre a festa italiana no relvado] Custa-nos ouvir as italianas festejar na nossa casa. Já perdemos outras vezes e não ficámos tão tristes. Fomos superiores à Itália e isso notou-se nos festejos delas.
[Sobre o golo alegadamente mal anulado] Não consigo controlar, se for verdade fico triste, mas isso é algo que não consigo controlar.
[Derrota] Afetar não vai, porque este é um conjunto de jogadoras ambiciosas. Muitas estiveram no Europeu e querem sempre mais. Por elas jogavam já amanhã contra qualquer adversário. Têm vindo a crescer e cada vez mais vêm completamente confiantes para os jogos. Antes vínhamos se calhar com algum medo de sermos goleados por estas equipas, agora acreditamos, o ambiente é muito descontraído. Vamos continuar a trabalhar. De certeza que em janeiro, quando tivermos os outros jogos, vamos crescer."
Ana Borges (internacional portuguesa): "Sabemos que isto faz parte do futebol. Portugal foi claramente a melhor equipa, tivemos as nossas ocasiões, mas não marcámos e saímos com um sabor bastante amargo por não levar os três pontos.
Não concretizámos as nossas oportunidades. Se tivéssemos marcado o jogo podia ter sido outro. Foram mais felizes. O nosso melhor está por vir, ainda temos muito jogos.
Quando são muitas as oportunidades e a bola tende a não entrar a ansiedade tende a aumentar. Não acho que seja demérito das nossas avançadas.
[Sobre as hipóteses de apuramento para o Mundial2019] Enquanto for possível, vamos entrar em todos os jogos para ganhar. Neste momento não conseguimos pontuar com a Bélgica ou a Itália, mas ainda há muitos jogos.
[Sobre o golo anulado nos descontos] No primeiro golo anulado supostamente há uma falta da Diana, mas no segundo golo anulado não há falta. Toda a gente tem o direito de errar, mas a este nível custa mais."