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Mundial-2006: A batalha de Nuremberga

O Portugal-Holanda, dos oitavos de final do Mundial 2006 de futebol, na Alemanha, bateu o recorde de cartões mostrado num jogo, com um total de 20, incluindo quatro vermelhos, o que levou a ficar conhecido como a ‘batalha de Nuremberga’.

Mundial-2006: A batalha de Nuremberga
Futebol 365

Com algumas baixas e alguns ‘feridos’, a seleção portuguesa sobreviveu e saiu vitoriosa (1-0) do Frankenstadion, graças a um golo de Maniche, marcado aos 23 minutos, garantindo um lugar nos ‘quartos’, em que viriam a defrontar (e vencer) a Inglaterra.

Ao todo, o árbitro russo Valentin Ivanov mostrou 16 cartões amarelos, nove deles a Portugal, e quatro vermelhos, que resultou em duas expulsões para cada lado. Costinha e Deco foram para os balneários mais cedo, enquanto Khalid Boulahrouz, que mais tarde viria a representar o Sporting, e Giovanni van Bronckhorst deixaram a Holanda com nove.

Além de ser o jogo com mais cartões mostrados na história dos Campeonatos do Mundo, o duelo entre portugueses e holandeses ficou também marcado por várias “pegas” entre jogadores e também entre Luiz Felipe Scolari, na altura selecionador nacional, e membros da equipa técnica da “laranja mecânica”.

Logo nos primeiros minutos (dois e sete) do jogo, Cristiano Ronaldo, na altura com 21 anos, foi a primeira vítima do que viria a tornar-se numa ‘batalha’, tendo recebido duas entradas muito duras, primeiro de Mark van Bommel e depois de Khalid Boulahrouz, esta última bem merecedora de vermelho direto.

Portugal ‘ripostou’ por Maniche e Costinha, que foi a primeira baixa do encontro, ao ver o segundo amarelo já em cima do intervalo, por mão na bola, num lance escusado do médio.

A agressividade subiu ainda mais na segunda parte, com primeiro Petit, que tinha rendido Pauleta ao intervalo, e depois Giovanni van Bronckhorst e Figo a juntarem-se ao grupo dos ‘amarelados’. O capitão da seleção nacional ‘safou-se’ mesmo da expulsão, já que tentou dar uma cabeçada a Mark van Bommel.

As duas equipas não baixaram ‘armas’ e Khalid Boulahrouz viu o segundo amarelo e consequente vermelho, por uma cotovelada a Figo. Pouco depois, Deco viu também amarelo, num lance em que devia ter sido expulso, por uma entrada em que apenas tentou atingir as pernas de Heitinga.

Os jogadores continuaram de cabeça perdida, seguindo-se Sneijder, por empurrão a Petit, Rafael van der Vaart e o guarda-redes Ricardo, por protestos, e Nuno Valente, por entrada dura.

A 10 minutos do fim, Deco, que sem necessidade segurou a bola quando a Holanda tentava reiniciar a partida, viu o segundo amarelo e foi obrigado a abandonar o jogo, deixando Portugal com menos unidade e a tentar aguentar a curta vantagem até final.

A Holanda acabou por não conseguir capitalizar a vantagem numérica e viria a também a sofre nova expulsão, de Giovanni van Bronckhorst, já nos descontos.

Uma das imagens que marcou o final da partida foi o lomgo abraço, ainda no relvado, entre Deco e Giovanni van Bronckhorst, na altura colegas de equipa no FC Barcelona.

O Portugal-Holanda passou a ser o jogo com mais cartões na história dos Campeonatos do Mundo, mas o ‘título’ de mais violenta continua a pertencer a Chile e Itália, em 1962, na ‘batalha de Santiago’.

Tudo começou ainda antes da partida do Grupo 2, quando dois dos mais reputados jornalistas italianos, no Chile a acompanhar a competição, classificaram o país como “pobre e pequeno, cheio de alcoólicos, analfabetos e sem condições mínimas” para organizar um Mundial. Os media chilenos responderam, classificando os italianos de “fascistas, drogados e mafiosos”.

Já no relvado, cedo os jogadores entraram em confrontos, com várias entradas duras e agressões entre as duas equipas, com o árbitro inglês Ken Aston desesperadamente a tentar acalmar os ânimos.

Os italianos Giorgio Ferrini, aos 12 minutos, e Mario David, aos 41, acabaram expulsos, enquanto Humberto Maschio acabou a partida com o nariz partido, depois de ter levado um murro, que passou despercebido ao árbitro.

Entre murros, cotoveladas e cuspidelas, a polícia teve mesmo que entrar três vezes em campo e intervir, para que a escalada de violência não fosse ainda maior.

O Chile acabou por vencer por 2-0 e chegou mesmo às meias-finais da prova, enquanto a Itália ficou pela fase de grupos.

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