A pacata Kratovo, onde a seleção de futebol de Portugal montou a sua base para o Mundial2018, continua em estado de alerta, com as autoridades a impor regras rígidas aos profissionais em serviço no evento e à população local.
O facto de ali estar a trabalhar o campeão da Europa, que conta com o melhor futebolista FIFA em 2017 – Cristiano Ronaldo –, é apenas mais um motivo para o rigor russo em termos de segurança, para que nada possa beliscar a sua imagem.
Entrar no centro de estágio do FC Saturn, 50 quilómetros a sudeste de Moscovo, exige chegada madrugadora, sob pena do demorado controlo de segurança poder atrapalhar os planos de trabalho.
A uns 400 metros da entrada do complexo, só podem avançar carros identificados com passageiros com credencial ou residentes na área, numa primeira barreira antes da tentativa de colocar a viatura no parque oficial.
Aí cada carro é vistoriado minuciosamente, a começar com espelhos que indicam se debaixo do chassis existe algum objeto suspeito.
Superado o primeiro teste, é retirada a ‘lagartixa' metálica, instrumento que rasga qualquer pneu de veículo que avance sem autorização, para prosseguir parcos metros.
É então que vários agentes vasculham cada detalhe do interior, com o auxílio de cães treinados para detetar todo o material proibido.
Ao lado, para quem avança pelo seu pé, detetores de metais idênticos aos dos aeroportos, bem como revistas, minuciosas, de todo o tipo de mochilas, sacos e afins, sendo que os computadores portáteis devem ser ligados.
Até o percurso de uns 100 metros entre a tenda da imprensa e as bancadas de apoio ao campo de treinos tem agentes, sempre com olhar perscrutador de movimentos da mais de centena de profissionais que seguem a seleção portuguesa.
O centro de preparação está protegido num raio de 360 graus com forte dispositivo policial e militar, atento igualmente a novas formas de ‘ameaça' com ajuda de drones.