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Mundial-2022: As participações de Portugal, edição a edição

A história de Portugal nos Mundiais de futebol, edição a edição, de 1934 a 2018.

Mundial-2022: As participações de Portugal, edição a edição
Futebol 365

1934: Portugal 'frágil demais para a Espanha

Depois de não ter estado na qualificação para a primeira edição do Mundial, em 1930, Portugal estreou-se na corrida à edição de 1934, mas, num apuramento decidido numa única eliminatória, ‘esbarrou’ numa Espanha muito mais forte.

A primeira mão realizou-se em Madrid e tudo ficou desde logo decidido, com os espanhóis a golearem por 9-0, em 11 de março de 1934, com cinco golos de Isidro Lángara, dois de Luis Regueiro, um de Eduardo Valiño ‘Chacho’ e outro de Martí Ventolrá.

Na segunda mão, uma semana depois, em Lisboa, num jogo para 'cumprir calendário', o benfiquista Vítor Silva ainda adiantou a formação das ‘quinas, mas um ‘bis’ de Lángara, para um total de sete na eliminatória, selou novo triunfo espanhol (1-2).

1938: Peyroteo não conseguiu ‘dobrar’ a Suíça

A qualificação para o Mundial de 1938 foi disputada num único jogo, em Milão, na Itália, e Portugal foi afastado da fase final pela Suíça, ao perder por 2-1, de nada valendo o tento de Peyroteo, num jogo em que atirou quatro vezes ao ‘ferro’.

Os helvéticos, que havia chegado aos quartos de final em 1934, adiantaram-se para 2-0, com tentos de Georges Aeby e André Abegglen III, que, depois marcaria três na fase final, com o ‘leão’ Peyroteo a reduzir a diferença.

Segundo ‘rezam’ as crónicas da altura, Portugal teve uma série de oportunidades para, pelo menos, empatar o jogo, mas quatro remates embateram nos ‘ferros’ da baliza suíça, incluindo uma grande penalidade apontada por Cruz.

1950: Espanha afasta Portugal do Brasil

Pela segunda vez em três qualificações, Portugal disputou o acesso à fase final com a Espanha e, uma vez mais, acabou derrotado, comprometendo a presença no Brasil, em 1950, novamente no primeiro jogo, em Madrid.

O 5-1, selado por um ‘bis’ de Telmo Zarra, um tento de Estanislao Basora, um de José Panizzo e outro de Luis Molowny, contra um de Fernando Cabrita, jogador do Olhanense, deixaram o apuramento espanhol mais do que encaminhado.

Na segunda mão, em Lisboa, Portugal conseguiu, ao quinto jogo, não perder na qualificação para o Mundial, com os tentos dos ‘violinos’ Travassos e Jesus Correia a valerem um empate a dois. Zarra e Augustín Gainza marcaram para a Espanha.

1954: Áustria também forte demais para Portugal

Portugal jogou o apuramento para o Mundial de 1954 com a Áustria e, a exemplo que acontecera com a Espanha, na corrida às edições de 1934 e 1950, o ‘sonho’ morreu logo ao primeiro jogo, desta vez com uma goleada em Viena por 9-1.

Erich Probst (cinco golos), Theodor Wagner (dois), Ernst Ocwirk e Ernst Happel ‘escreveram’ o triunfo dos austríacos, que ficariam em terceiro na Suíça, batidos por 6-1 nas meias-finais pela campeã RFA (3-2 à sensacional Hungria, na final).

Pela formação lusa, marcou o benfiquista José Águas, sendo que, na segunda mão, no Estádio Nacional, em Lisboa, um esquema mais defensivo implementado por Salvador do Carmo não deu para ganhar, mas evitou nova derrota (0-0).

1958: Portugal ganha, mas cai perante Irlanda do Norte e Itália

Portugal alcançou, ao 10.º jogo, o primeiro triunfo num jogo de qualificação para o Mundial, mas não conseguiu chegar à Suécia, em 1958, ao ficar no último lugar do Grupo 8 de apuramento, atrás de Irlanda do Norte e da Itália.

A formação lusa começou a comprometer o apuramento nos dois primeiros jogos, ambos com a Irlanda do Norte, ao empatar 1-1 em Lisboa, onde o ‘violino’ Vasques apontou o tento luso, e perder 3-0 em Belfast.

Ao terceiro jogo, Portugal logrou o histórico primeiro triunfo em Mundiais, em 26 de maio de 1957, por 3-0, na receção à Itália, com tentos de Vasques, do portista António Teixeira e de Matateu (Belenenses), mas depois caiu, ao perder em San Siro por 3-0.

1962: Portugal até com Luxemburgo perdeu, na estreia de Eusébio

Portugal voltou a falhar a qualificação para o Mundial, em 1962, ao ficar bem atrás da Inglaterra no Grupo 6 de qualificação, sendo inclusive batido pelo Luxemburgo, no encontro que assinalou a estreia do ‘rei’ Eusébio com internacional ‘AA’.

O começo foi prometedor, com um 6-0 ao Luxemburgo, selado com um ‘hat-trick’ de Yaúca, mas, ao segundo jogo, num ‘onze’ com oito benquistas que dias depois conquistariam a Taça dos Campeões, só foi possível empatar (1-1) na receção à Inglaterra.

Seguiu-se a deslocação ao Luxemburgo e uma ‘escandalosa’ derrota por 4-2, em 08 de outubro de 1961, na estreia de Eusébio, que marcou. Depois, obrigado a ganhar, Portugal, apesar de uma boa exibição, tombou em Wembley por 2-0.

1966: Portugal consegue terceiro lugar na estreia

Após sucessivas eliminações – seis para Mundiais e duas para Europeus -, Portugal qualificou-se para a fase final do Mundial de 1966 e, em Inglaterra, encantou, conseguindo o terceiro lugar, catapultado pelo ‘rei’ Eusébio, a grande figura da prova.

O ‘Pantera Negra’, que já tinha sido o herói do apuramento, ao apontar sete dos nove tentos de Portugal, que se superiorizou a Checoslováquia, Roménia e Turquia, foi o melhor marcador da fase final, com nove golos, quatro deles à Coreia do Sul.

Os ‘magriços’ bateram Hungria (3-1), Bulgária (3-1) e o bicampeão Brasil (3-1), na fase de grupos, os norte-coreanos (0-3 para 5-3), nos ‘quartos’, para caírem nas ‘meias’ face à anfitriã Inglaterra (1-2). Ainda se salvou o ‘bronze’, face à URSS (2-1).

1970: Novo falhanço, claro, após o ‘brilharete’

Depois de encantar os ingleses, em 1966, Portugal voltou a iniciar, no Europeu de 1968, uma série de oito qualificações falhadas, que prosseguiu na corrida ao Mundial de 1970, com um lamentável quarto posto do Grupo 1.

Perante Roménia, que se qualificou, Grécia e Suíça, a seleção lusa ficou no último lugar, isto depois de ter começado da melhor forma, com um expressivo 3-0 na receção aos romenos, selado por um ‘bis’ de Jacinto Santos e um tento de Jacinto João.

Depois, os romenos não mais perderam e Portugal não mais ganhou: perdeu por 4-2 em Atenas e por 2-0 na receção à Suíça, empatou 2-2 na receção aos gregos, caiu por 1-0 em Bucareste e, a acabar, empatou 1-1 em Berna.

1974: Portugal incapaz de bater Bulgária e Irlanda do Norte

Os dois triunfos face ao Chipre foram insuficientes para Portugal conseguir um lugar no Mundial de 1974, na RFA, já que não conseguiu bater a Bulgária e a Irlanda do Norte, face às quais somou três empates, em quatro jogos.

Portugal começou bem, com uma goleada por 4-0 na receção ao Chipre, um triunfo em Nicósia por 1-0, selado pelo ‘leão’ Chico Faria, e um empate a um golo em Coventry, na Inglaterra, face à Irlanda do Norte, graças a um penálti de Eusébio, aos 87 minutos.

O ‘Pantera Negra’ não mais marcaria por Portugal (41 tentos) e a seleção lusa fraquejou, depois, face à Bulgária (1-2 em Sófia e 2-2 em Lisboa, na despedida de Eusébio), selando o ‘adeus’, ainda antes de novo empate, em casa, com a Irlanda do Norte (1-1).

1978: Portugal sem argumentos perante a Polónia

Portugal fez uma boa fase de qualificação para o Mundial de 1978, na Argentina, com apenas uma derrota, mas que teve um peso imenso na eliminação, pois aconteceu em casa perante a Polónia (0-2), que terminou o Grupo 1 só com um empate cedido.

Após o desaire com os polacos, vencedores com um ‘bis’ de Lato, a seleção lusa somou três triunfos consecutivos, dois com a Dinamarca (1-0 em casa e 4-2 fora) e no Chipre, mas, depois, ao quinto jogo, não conseguiu ganhar em Chorzow (1-1).

A Polónia ficou, desde logo, qualificada, de nada valendo a Portugal fechar com uma goleada, na receção ao Chipre (4-0, com o ‘leão’ Manuel Fernandes a chegar aos quatro golos na fase de apuramento). O desaire a abrir comprometeu.

1982: Portugal afastado pela também eliminada Suécia

Portugal superiorizou-se no confronto direto com a Escócia e não perdeu com a Irlanda do Norte, as seleções do Grupo 6 que se qualificaram para o Mundial de 1982, em Espanha, mas perdeu o apuramento com a também eliminada Suécia.

Uma exibição do ‘outro Mundo’ de Bento, em Glasgow (0-0), indicou o caminho para Espanha, seguindo-se dois triunfos caseiros, com a Irlanda do Norte (1-0) e Israel (3-0), mas, após excelente começo, Portugal somou quatro derrotas consecutivas.

A seleção lusa perdeu por 1-0 em Belfast e, depois, cedeu duas vezes com a Suécia, por 3-0 em Solna e 1-2 em Lisboa, ficando desde logo eliminado. Ainda assim, ainda perdeu por impensáveis 4-1 em Israel, para, no fecho, bater em casa a Escócia por 2-1.

1986: Golos de Carlos Manuel não apagaram ‘vergonha’ Saltillo

Duas décadas depois, Portugal voltou à fase final do Mundial, em 1986, graças a um grande golo de Carlos Manuel, em Estugarda, com a RFA (1-0), ‘gracinha’ que o médio do Benfica repetiu já no México, na estreia, com a Inglaterra (1-0).

Tudo parecia correr de feição à formação de José Torres, mas o ‘caso Saltillo’, um conflito entre jogadores e dirigentes da FPF por causa de prémios e outros assuntos, ‘acabou’ por tudo ‘secar’, sendo que a lesão de Bento também não ajudou.

Num Grupo F que apurou três seleções, Portugal - que na qualificação deixara pelo caminho Suécia e Checoslováquia – acabou por ser o único a cair, ao perder por 1-0 com a Polónia e por 3-1 com Marrocos, de nada valendo um tento de Diamantino.

1990: Portugal não ‘pôde’ com Bélgica e Checoslováquia

Portugal não conseguiu bater Bélgica e Checoslováquia, somando com ambas um empate em casa e um desaire fora, e, por isso, ficou fora do Mundial de 1990, em Itália, como terceiro do Grupo 7, à frente de Suíça e Luxemburgo.

Portugal começou a comprometer na receção à Bélgica (1-1), num embate em que Rui Barros falhou golos em série e Silvino deu um grande ‘frango’, após o tento de Vítor Paneira, e, entre dois triunfos com a Suíça, claudicou em Bruxelas (3-0).

A queda na Checoslováquia (1-2), ao sexto jogo, ditou, praticamente o adeus, uma vez, que, após um 3-0 no Luxemburgo, era ainda preciso golear em casa por quatro golos os checoslovacos, mas só foi possível empatar a zero.

1994: Portugal eliminado pela Itália e a Suíça

Portugal lutou até ao final pelo apuramento para o Mundial de 1994, disputado nos Estados Unidos, mas acabou a um ponto da Suíça e dois da Itália, no terceiro lugar do Grupo 1, que também incluía Escócia, Malta a Estónia.

Portugal entrou a empatar na Escócia, que depois golearia na Luz por 5-0, venceu, como lhe competia, os embates com Malta e Estónia, e não perdeu com a Suíça, face à qual empatou 1-1 em Berna e ganhou no Porto por 1-0, com um tento de João Vieira Pinto.

O problema de Portugal foram as derrotas com a Itália, por 3-1 nas Antas e, a acabar, por 1-0 em San Siro, onde era preciso ganhar e a equipa lusa pouco fez para o conseguir. “É preciso varrer a porcaria que há na FPF”, clamou o selecionador Carlos Queiroz.

1998: Marc Batta afasta Portugal de França

Uma decisão ‘escandalosa’ do árbitro francês Marc Batta, ao expulsar Rui Costa com um segundo amarelo por alegada demora a sair do campo quando ia ser substituído, ‘impediu’ Portugal de vencer na Alemanha e de se qualificar para o Mundial de 1998.

No jogo decisivo, em Berlim, Pedro Barbosa adiantou Portugal, mas, contra 10, Ulf Kirsten empatou e salvou os alemães, comprometendo o apuramento luso, que na última jornada era possível se a Ucrânia empatasse na Arménia, onde triunfou.

A formação das ‘quinas’ pode também queixar-se de si própria, de um arranque com um ‘nulo’ na Arménia e um desaire por 2-1 em Kiev. Portugal ainda empatou em casa com a Alemanha e na Irlanda do Norte, acabando a um ponto dos ucranianos e três dos alemães.

2002: Qualificação memorável ‘desbarata’ na Coreia do Sul

Portugal saiu invicto da qualificação, com a ‘geração de ouro’ no topo, após o terceiro posto no Euro2000, afastando uma ‘grande’ Holanda, mas na fase final, com Figo, então o melhor do Mundo, sem condições físicas, a equipa lusa dececionou.

O facilitismo com que o selecionador luso, António Oliveira, encarou o jogo de estreia custou um desaire por 3-2 com os Estados Unidos, que um 4-0 à Polónia, com um ‘hat-trick’ de Pauleta, não foi suficiente para ‘emendar’.

Na última ronda, o empate teria bastado, face à Coreia do Sul, mas Portugal, reduzido a 10, pelas expulsões de João Vieira Pinto e Beto, e muito infeliz, perdeu por 1-0, num jogo em que o avançado terá acertado um murro no árbitro após ter visto o vermelho.

2006: Portugal volta às meias-finais, 40 anos depois

Quarenta anos depois do feito dos ‘magriços’, Portugal chegou novamente às meias-finais do Mundial, em 2006, depois de uma qualificação sem derrotas, sete pontos à frente do segundo e que incluiu um 7-1 à Rússia, após um 2-2 no Liechtenstein.

Na Alemanha, Portugal só foi travado nas meias-finais, por uma França que já tinha sido ‘carrasca’ nas ‘meias’ dos Europeus de 1984 e 2000, e um penálti, mais do que escusado, cometido por Ricardo Carvalho e transformado por Zinédine Zidane.

Antes, Portugal bateu Angola (1-0), Irão (2-0) e México (2-1) na fase de grupos, ultrapassada ao segundo jogo, e afastou Holanda (1-0) e Inglaterra (3-1 nos penáltis, após 120 minutos sem golos) após batalhas intensas. No jogo do ‘bronze’, 1-3 com a Alemanha.

2010: Portugal esbarra na Espanha, após passar ‘play-off’

Portugal precisou de um ‘play-off’, com a Bósnia-Herzegovina (1-0 em casa e 1-0 fora), para garantir um lugar no Mundial de 2010, na África do Sul, onde caiu nos oitavos de final, afastado pela Espanha, que viria a conquistar a prova.

Um único golo sofrido, apontado por David Villa, acabou com o ‘sonho’ de Portugal, que, na primeira fase, somou dois empates a zero, com Costa do Marfim e Brasil, e a goleada da prova, ao bater a Coreia do Norte por 7-0, num jogo em que só Tiago ‘bisou’.

Na segunda aparição num Mundial, já com um dos melhores jogadores do Mundo, Cristiano Ronaldo voltou a só marcar um golo – em 2006 faturou de penálti ao Irão -, depois de ter ficado em ‘branco’ na qualificação.

2014: Portugal desilude no Brasil, conquistado no ‘play-off’

Quatro golos de Cristiano Ronaldo, no ‘play-off’ com a Suécia, de Zlatan Ibrahimovic, valeram a Portugal a terceira qualificação consecutiva para um Mundial, mas, em 2014, no Brasil, a desilusão foi grande, com o ‘trambolhão’ na fase de grupos.

A formação das ‘quinas’ começou muito mal, ao sofrer uma pesada goleada (0-4) face à Alemanha, e quase tudo comprometeu no segundo jogo, com os Estados Unidos, ao permitir a reviravolta de 1-0 para 1-2, não conseguindo mais do que um empate (2-2).

Portugal ficou necessitado de golear o Gana na última ronda, mas só venceu por 2-1, com Cristiano Ronaldo, muito desinspirado, a selar o triunfo aos 80 minutos, sem evitar tornar-se o primeiro ‘Bola de Ouro’ em título a cair na fase de grupos.

2018: Portugal fica no primeiro jogo a eliminar, com Uruguai

Um arranque em ‘grande’ de Cristiano Ronaldo, com um ‘hat-trick’ à Espanha, seguido do golo da vitória sobre Marrocos, não teve sequência e Portugal caiu no Mundial de 2018 ao primeiro jogo a eliminar, perante o Uruguai.

Depois do 3-3 com os espanhóis e do 1-0 aos marroquinos, a seleção lusa começou a ‘emperrar’ com um 1-1 com o Irão, cedido já nos descontos, para, depois, ser afastado por um ‘bis’ de Edinson Cavani, caindo nos ‘oitavos’, como em 2010.

Para chegar à Rússia - quinta fase final seguida -, a formação comandada por Fernando Santos teve de esperar pelo último jogo, no qual foi competente, vencendo a Suíça por 2-0, na Luz, depois de uma entrada em falso precisamente em solo helvético (0-2).

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