A seleção portuguesa feminina de futebol precisa de conseguir hoje a imensa proeza de bater os Estados Unidos, na terceira jornada do Grupo E do Mundial2023, para conseguir um lugar nos oitavos de final.
No ‘mítico’ Eden Park, em Auckland, estádio nacional da Nova Zelândia, onde os ‘All Blacks’ se sagraram campeões mundiais de râguebi em 1987 e 2011, as ‘navegadoras’ precisam, para continuar em prova, de conseguir o que seria um dos mais surpreendentes resultados da história dos Mundiais.
Os Estados Unidos são os atuais bicampeões do mundo, venceram quatro das oito edições da prova, numa caíram antes das meias-finais e, em 52 jogos na competição, ganharam 41, empataram sete e perderam apenas em quatro ocasiões.
A Noruega (1-0, em 1995), a Alemanha (3-0, em 2003) e o Brasil (4-0, em 2007) foram as três primeiras seleções a bater os Estados Unidos, nos 90 minutos ou no prolongamento, e a Suécia (2-1 em 2011) a última e única a fazê-lo em fase de grupos.
Depois desse jogo, em 06 de julho de 2011, as bicampeãs em exercício somaram 15 triunfos e quatro empates em Mundiais, sendo que, na Nova Zelândia, começaram por bater (3-0) o Vietname e, depois, empataram (1-1) com os Países Baixos.
Em estreia em Mundiais, depois de ter estado nos Europeus de 2017 e 2022, nos quais caiu na fase de grupos, Portugal tem, assim, pela frente as ‘rainhas’ do futebol no feminino, que procuram na Nova Zelândia e Austrália um inédito terceiro cetro seguido.
Mesmo falhando os ‘oitavos’, as ‘navegadoras’ já fizeram história, primeiro pela inédita presença e depois porque já conseguiram marcar golos e ganhar um jogo, para chegarem ao último jogo a depender apenas de si próprias para avançar.
Face aos Estados Unidos, Portugal nunca conseguiu marcar (0-39 em golos) e perdeu os 10 jogos realizados, todos particulares, os quatro derradeiros já na ‘era’ Francisco Neto, batido por 1-0, 4-0, 3-0 e 1-0.
Caso superasse o ‘Evereste’ do futebol no feminino, o conjunto das ‘quinas’ seguiria para a Austrália, onde disputaria os ‘oitavos’ em Sydney ou Melbourne, no domingo.
Portugal, que começou com um desaire por 1-0 face aos Países Baixos, ganhou o direito de ‘sonhar’ com os ‘oitavos’ ao bater – e eliminar – o Vietname, com um triunfo por 2-0, selado pelas jovens Telma Encarnação e Kika Nazareth.
Em termos matemáticos, a igualdade face aos Estados Unidos pode chegar, mas só se os Países Baixos perderem com o Vietname, cenário que se afigura bem mais improvável do que uma surpresa por parte da seleção lusa.
O desafio das ‘navegadoras’ é, assim, incomensurável, sendo que, para o enfrentar, parece difícil prever quais as ‘peças’ que o selecionador vai lançar, depois de, do primeiro para o segundo jogo, ter feito sete mudanças, mantendo apenas as ‘intocáveis’ Ana Borges, Carole Costa, Tatiana Pinto e Jéssica Silva.
O 11.º encontro, e primeiro oficial, entre Portugal e os Estados Unidos, da terceira jornada do Grupo E do Mundial feminino de 2023, realiza-se na terça-feira, pelas 19:00 locais (08:00 em Lisboa), no Eden Park, em Auckland, na Nova Zelândia, com arbitragem da inglesa Rebecca Welch.